10 de Outubro, Dia Mundial da Saúde Mental

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De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da Organização Mundial da Saúde, cerca de 1 bilhão de pessoas vivem com um transtorno mental

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) braço da Organização Mundial da Saúde, cerca de 1 bilhão de pessoas vivem com um transtorno mental, 3 milhões de pessoas morrem todos os anos devido ao uso nocivo do álcool e uma pessoa morre a cada 40 segundos por suicídio. O cenário da pandemia, afetou bilhões de pessoas em todo o mundo por conta da COVID-19, que vem causando um impacto adicional na saúde mental das pessoas.

De acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, já é possível ver as consequências da pandemia de COVID-19 no bem-estar mental das pessoas e isso só é apenas o começo. Para evitar isso, é preciso assumir compromissos sérios para aumentar o investimento em saúde mental desde já, as consequências para a saúde, sociais e econômica tendem a ser de longo alcance.

Segundo Dra. Edwiges Parra, psicóloga organizacional, especialista em Recursos Humanos e fundadora da EMIND Mente Emocional, os países gastam em média apenas 2% de seus orçamentos de saúde em saúde mental. Apesar de alguns aumentos nos últimos anos, a assistência internacional ao desenvolvimento para a saúde mental nunca excedeu 1% de toda a assistência ao desenvolvimento para a saúde.

“É fato de que para cada US$ 1 investido em tratamento intensivo para transtornos mentais comuns, como depressão e ansiedade, há um retorno de US$ 5 em melhoria da saúde e produtividade. Com a pandemia atendo diariamente pacientes com dificuldade de ser produtivo, dormir bem e queixas de cansaço. Aqui faço um alerta, Cuidado! Para estes sintomas que persistem em se fazerem presentes, algo está errado e por estar se aproximando de um estresse crônico o que podemos considerar como uma hipótese a ser investigada, a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional”, destaca Dra. Parra.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), define o termo “Burnout” como uma síndrome que resulta de um estresse crônico no local de trabalho, que não foi gerenciado com sucesso.A síndrome foi oficializada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2019 como uma síndrome crônica. Enquanto um “fenômeno ligado ao trabalho”, incluindo-a na nova Classificação Internacional de Doenças (CID11), que deve entrar em vigor em 1º de janeiro de 2022. O transtorno está registrado no Grupo V da CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde)

A síndrome pode ser identificada à partir de 3 dimensões:

  • Sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia;
  • Aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho;
  • Redução da eficácia profissional.

Segundo dados da Secretaria de Especial de Previdência e Trabalho, na comparação entre os anos de 2017 e 2018, o crescimento de benefícios de auxílio-doença com a CID 10 Z73 chegou a 114,80%. O número de benefícios pulou de 196 para 421. “No contexto atual, o que já sabemos que a síndrome deverá atingir diversos profissionais no pós-pandemia, mas confesso que já estou vendo isso acontecer pelos pacientes antigos e novos que atendo em meu consultório ou nas ações corporativas, baseado nos relato das pessoas sobre o que mudou no seu estilo de vida e como isso vem afetando negativamente”, explica Dra Parra.

O que precisamos saber parar prevenir e cuidar do bem-estar mental? 

SINTOMAS MAIS COMUNS DA SINDROME DE BURNOUT

  •  Distúrbios do sono;
  • Dores musculares e de cabeça;
  • Irritabilidade;
  • Alterações de humor;
  • Falhas de memória;
  • Dificuldade de concentração;
  • Falta de apetite;
  • Agressividade;
  • Isolamento – nos estágios iniciais parece que o indivíduo evita o contato com as demais pessoas; porém em estágios mais avançados pode-se desenvolver irritabilidade no contato com outras pessoas;
  • Estado de humor deprimido
  • Pessimismo e baixa autoestima;
  • Sentimento de apatia e desesperança – este é um dos sintomas que mais leva aos Diagnósticos errados da doença;
  • Irritabilidade exagerada – a irritabilidade acaba surgindo devido ao sentimento de Pessimismo e baixa autoestima, achando que aquilo que se faz não é bom o suficiente.
  • Perda de prazer – inicia-se como algo simples, mas gradativamente torna-se evidente – como a perda de prazer por comidas ou atividades que antes gostava de praticar, momentos com a família, etc.
  • maior suscetibilidade à doenças – como a síndrome de burnout mexe com o físico e também com o psicológico, acaba baixando a imunidade da pessoa, tornando-a mais suscetível ao aparecimento de doenças oportunistas.

COMO IDENTIFICAR?

A síndrome acaba sendo confundida muitas vezes, com outros problemas emocionais, isso porque os seus sintomas também estão presentes em outras patologias mentais.

Portanto, se faz necessário prestar atenção em muitos detalhes, sendo que o diagnóstico só deve ser feito por um profissional especializado como psicólogo ou psiquiatra.

PREVENÇÃO
A prevenção pode se dar por práticas simples e prazerosas, desde que você também assuma esse compromisso (Accountability pessoal) com o seu autocuidado, aliás os cuidados com sua saúde você não deve delegá-la a terceiros e muito menos negligenciar-se.

Aqui as competências organização, planejamento, engajamento, disciplina e regularidades são fundamentais para você garantir longevidade e sustentabilidade com sua saúde como um todo.

Então vamos lá:

Práticas de exercícios físicos – Parte dessa condição acaba causando problemas físicos, isso sem mencionar as tensões musculares que muitas vezes impedem até mesmo a locomoção.

Pausas para o lazer – Bons para relaxar a mente e o corpo, seja na prevenção como no tratamento.

Meditação – Auxilia no controle dos níveis de estresse, bem como reaprender a respirar. Isso significa ter melhor manejo dos seus estados emocionais de volta e não aderir às exigências externas e internas de imediatismo.

Cuidado do “chicote interno” – Ou seja, cobrança excessiva consigo mesma (o), seja orientado pela busca da perfeição ou por suas crenças rígidas baseadas em medos do que os outros vão pensar sobre você, em diversas situações.

Organizar e reorganizar sempre que necessário – seus dias e tarefas no trabalho podem ajudá-la (o) no momento de pegar mais leve nas tarefas e então manter a calma, evitando assim que você venha a se sobrecarregar.

Faça uso de suas folgas e férias – Todo mundo precisa descansar. Pare de adiar as suas! Organize-se e aproveite os dias de descanso como melhor convier. Viaje, leia os livros que sempre quis, assista muitos filmes. Se preferir, não faça nada.

O importante é se desligar do trabalho para conseguir relaxar a mente e o corpo. Acredite: o mundo não vai acabar se você descansar um pouco

Nutra bem seu organismo – Uma boa alimentação rica em nutrientes, já tem inúmeras eficácias quanto ao equilíbrio do organismo, seja para imunidade como também para o bom funcionamento dos neurotransmissores do bem-estar, como dopamina, endorfina, serotonina e oxitocina.

Conheça seus limites – Não tente abraçar o mundo ou tapar todas as lacunas no trabalho. Fuja de metas abusivas e do excesso de autocobrança. Reconheça até onde pode ir e quais são os fatores que podem lhe ajudar a conseguir chegar no seu objetivo. Esforce-se para separar as demandas pessoais das cobranças do trabalho e, principalmente, não abra mão da sua vida social.

E por fim, a promoção da saúde mental é responsabilidade de todos e o momento exige mais ações concretas e efetivas. Assim como nós em paralelo, devemos estar mais responsivos no exercício do autocuidado e no gerenciamento de nosso bem-estar mental.

Edwiges Parra

Psicóloga Organizacional, Terapeuta Cognitiva-Comportamental, Instrutora de de Mindfullness MVCT-D e fundadora da EMIND Mente Emocional.