Suicídio: informando para prevenir

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Segundo a OMS, o suicídio é responsável por uma morte a cada 40 segundos no mundo

Um assunto rodeado de tabus e que, por vários anos, evitava-se falar: o suicídio. O mês de setembro marca a luta contra esse grave problema de saúde mundial. A Organização Pan-Americana da Saúde / Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) alerta que o suicídio é responsável por uma morte a cada 40 segundos no mundo e é a segunda principal causa de morte entre as pessoas de 15 a 29 anos de idade. Mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, de acordo com a  Organização das Nações Unidas. Desse montante, 11 mil são do  Brasil.

Segundo a  Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), cerca de 96,8% dos suicídios estão relacionados a algum transtorno psiquiátrico sem acompanhamento médico. Para a psiquiatra do Santa Genoveva Complexo Hospitalar, Carolina Lima de Melo, a campanha Setembro Amarelo é extremamente necessária. “Falar sobre esse assunto é importante para combater o estigma e prevenir o suicídio, que, apesar de ser um fenômeno complexo, envolve diversos fatores. É possível preveni-lo principalmente com medidas eficazes de saúde pública e bastante informação”, afirma.

“Precisamos dizer que a prevenção ao suicídio passa pela quebra do tabu, orientações sobre saúde mental e esclarecimentos sobre quando e onde procurar ajuda. Devemos orientar a todos sobre sinais sutis que as pessoas em sofrimento demonstram para serem ajudadas, seja no nosso trabalho, com amigos e/ou familiares. Esses pequenos indícios estão ligados às mudanças de comportamento. Nós precisamos estar atentos a esses sinais sutis, principalmente nas pessoas que fazem parte do nosso ciclo familiar e de amizade. Falar sobre o suicídio ajuda na prevenção e, ao contrário do que muitos acreditam, não estimula ou induz ninguém a tirar a própria vida”, completa Carolina.

A psiquiatra fala que é difícil definir o que leva uma pessoa a se matar. “Acredito que não haja uma única causa, mas um conjunto de fatores que leva o indivíduo ao ato. Estudos sugerem que 90% das vítimas de suicídio tinham alguma doença mental, o que pode não ser determinante, mas expõe a pessoa a uma vulnerabilidade maior. A doença mental e uma tentativa de suicídio prévia estão entre os principais fatores de risco”, conta.

Segundo a médica, as pessoas demonstram sinais ou comentam com o psiquiatra, psicólogo ou familiares, a intenção de se matar. Adultos e idosos, normalmente, cometem o ato de maneira planejada e elaborada. Diferente dos jovens, que apresentam um comportamento impulsivo e sem analisar as consequências.

O mundo vive um cenário diferente devido à pandemia do novo Coronavírus, no qual todos passam por um período de adaptação. Entretanto, os assuntos relacionados à importância da saúde mental não podem ser deixados de lado. “Durante a pandemia tivemos um aumento nos números de tentativas de auto extermínio, consumação e solicitações de ajuda.

De maneira geral, a população passa por um momento de mais angústia e ansiedade, principalmente pelo isolamento e incertezas. Por isso, precisamos, mais do que nunca, estarmos atentos e disponíveis para ajudar o nosso próximo. Para tentar tornar as coisas menos difíceis, é importante procurar manter uma rotina, tentar dormir no mesmo horário, fazer atividade física, mesmo que em casa, e investir o tempo livre em atividades prazerosas”, finaliza a psiquiatra Carolina Lima de Melo.

Encontro ao vivo

Acontece na próxima quarta-feira (09), às 19h, no Instagram do Santa Genoveva Complexo Hospitalar, uma live com a Dra. Carolina Lima de Melo para falar sobre a importância da prevenção ao suicídio.