Incubadora Cultural liderada pela empresária Maria Laura Tergilene une inovação, empreendedorismo e impacto social em benefício da música
De Belo Horizonte para todo o Brasil, a empresária mineira Maria Laura Tergilene, de apenas 28 anos, está transformando a forma como a música independente é feita, gerida e distribuída. À frente da Fábrica Criativa, ela criou um modelo de negócio que une inovação, empreendedorismo e impacto social, funcionando como uma verdadeira incubadora cultural para artistas que, muitas vezes, ficariam fora do radar de grandes gravadoras e do mainstream.
Com um ecossistema focado no desenvolvimento de carreiras artísticas, a Fábrica oferece suporte completo para músicos em diferentes estágios da trajetória, do planejamento de imagem à estruturação jurídica, passando por marketing digital, gestão financeira e produção musical. O objetivo é simples, mas ambicioso: profissionalizar o artista independente para que ele possa viver da própria arte com sustentabilidade e autonomia.
“O mercado tradicional ignorava uma base enorme de talentos por falta de estrutura. A gente resolveu construir essa estrutura de dentro pra fora, com ferramentas que deem condições reais de crescimento para quem faz música”, explica Maria Laura. Desde sua fundação, a Fábrica Criativa já atendeu cerca de 1.300 artistas e impactou milhares de pessoas com seus programas de capacitação e fomento cultural.
O sucesso do modelo se deve à combinação entre tecnologia, criatividade e um profundo entendimento da cadeia produtiva da música. Em vez de apostar apenas em grandes apostas comerciais, a Fábrica foca em nichos, identidades locais e construção de comunidades. O resultado é uma rede de músicos com acesso a um mercado até então fechado, criando novas narrativas culturais e movimentando a economia criativa de forma orgânica e descentralizada.
Segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Universidade de Londres, atividades artísticas como a música têm papel comprovado na promoção da saúde mental, prevenção de doenças e construção de bem-estar social. O estudo, que analisou mais de 3 mil pesquisas científicas, apontou que o envolvimento com música reduz índices de depressão, ansiedade e até risco de suicídio, especialmente entre jovens em situação de vulnerabilidade. No Brasil, dados do Mapa da Música Independente (2023) mostram que 68% dos artistas entrevistados afirmam que a arte foi determinante para que escapassem de contextos sociais adversos, um dado que evidencia o poder transformador da cultura.
Mesmo sem ter acesso aos dados, a empresária mineira tomou a iniciativa de ‘fazer diferente’. “Quando apoiamos um artista, não estamos apenas lançando músicas. Estamos movimentando toda uma rede de profissionais criativos que voltam a ser valorizados e remunerados. É um impacto coletivo”, reforça Maria Laura.
Entretanto, do ponto de vista empresarial, negócios criativos que apostam em inovação e impacto social tendem a ter mais longevidade. De acordo com o relatório “Tendências de Negócios Criativos na América Latina”, da consultoria PwC, empreendimentos com foco em propósito, originalidade e soluções voltadas para demandas reais da sociedade têm 37% mais chances de captar investimentos e 48% mais potencial de gerar valor a longo prazo. A Fábrica Criativa é exemplo claro dessa tendência: ao unir propósito social com modelo de negócio escalável, ela ocupa uma posição estratégica em um setor em franca expansão e com enorme potencial de transformação.
O resultado já pode ser medido em números. Além dos mais de mil artistas incubados, a Fábrica Criativa tem alcançado públicos em festivais, plataformas digitais e redes sociais, ampliando a circulação da cultura independente no Brasil. “Mais do que uma empresa, a Fábrica Criativa se posiciona como um símbolo de renovação do setor musical, mostrando que inovação nos negócios também pode ter alma, propósito e impacto real. Sei que pode parecer uma frase pronta, mas não é. Eu juro que não. Nosso negócio tem propósito”, completa a agente cultural.