“A diversidade é o que construiu o Brasil e o que me fez artista”, afirma Jota Pê no Mais Gente, em Uberlândia

Cantor falou sobre a construção da carreira e como a diversidade e a persistência marcaram sua trajetória

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Vencedor de três Grammys, o cantor e compositor Jota Pê construiu uma trajetória marcada pela pluralidade cultural, pela persistência e pela busca por novos caminhos na música. Durante sua participação no Mais Gente, em Uberlândia (25/9), ele contou histórias sobre a vida, a carreira e os encontros que o ajudaram a chegar onde está hoje, ressaltando como a diversidade e a inclusão foram determinantes em sua jornada.

Promovido pelo Sebrae Minas, o Mais Gente é um evento que reúne artistas, empreendedores e especialistas para discutir gestão de pessoas, diversidade e inclusão no ambiente de trabalho. Nesta edição, cerca de 600 pessoas participaram de uma programação totalmente acessível.

Confira a entrevista exclusiva concedida à Agência Sebrae de Notícias (ASN-MG):
ASN-MG: Como a diversidade cultural e social influencia seu trabalho artístico e como isso te trouxe até esse estágio da sua carreira, com a conquista de três Grammys?
Jota Pê: A cultura do Brasil é pura diversidade. As minhas maiores referências musicais são muito plurais: Djavan, Lenine, Gal Costa. Mas eu também ouço muito rock, gosto de Charlie Brown Jr, Emicida e Racionais. A diversidade é o que ajudou esse país a ser o que é e me influenciou diretamente a ser o artista que eu sou, a pessoa que eu sou. Todo brasileiro é tocado de alguma maneira por toda essa pluralidade cultural que a gente tem. E com certeza isso tudo influencia, não só no meu trabalho, mas em todas as possibilidades e as maneiras de todo mundo como empreendedor e como pessoa viver nesse país.

ASN-MG: O artista de hoje também precisa ser empreendedor. Como você equilibra a carreira musical com a gestão e as estratégias de negócio?
Jota Pê: Eu tenho a possibilidade de ter ajuda, quando é possível, é muito bom que a gente consiga dividir funções. Um dos maiores segredos é entender no que você não é tão bom e somar ás pessoas que vão te ajudar. No começo temos que fazer tudo sozinhos mesmo, paciência. Eu me lembro de uma época em que eu era mais publicitário que músico, cuidava de toda a gestão e tocava. Mas à medida que fomos colocando novas pessoas, distribuindo, foi facilitando o trabalho. Então, no início, é pela gente mesmo, mas depois, vamos agregando pessoas e tudo vai fica mais fácil.

ASN-MG: Na sua visão, qual é a importância de artistas e empreendedores que levantam a bandeira da diversidade servirem de referência para quem está começando?
Jota Pê: Pra mim sempre foi natural. Eu sou um resultado do que a inclusão possibilita. Tem muita mulher e muito negro na equipe, e isso sempre aconteceu naturalmente. Mas é uma preocupação que deveria ser de todo mercado.

ASN-MG: Que conselho você deixaria para jovens que querem empreender, seja na música ou em outros setores, e que carregam consigo a missão de valorizar a diversidade?
Jota Pê: É importante saber que tipo de pessoa você quer ser nesse mundo, qual legado quer deixar. Às vezes, é necessário dar um telefonema a mais para dar oportunidade a alguém, para não ficar cercado sempre do mesmo tipo de pessoa. Para mim foi natural porque essas pessoas estavam à minha volta,. Então, precisa existir essa preocupação de dar espaço, visibilidade e oportunidade. Se não houver, vamos continuar sendo um país segregado pelas diferenças sociais.