Para entender a solidão e a solitude

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Girl sitting alone on a the wooden bridge on the sea. (frustrated depression)

Por Débora Máximo

Na nossa cultura, crescemos valorizando a companhia e a vida em grupo. Por isso, a ideia de estar só é vista muitas vezes com estranheza, pena ou até desconfiança. É como se ficar sozinho fosse um sinal de que algo está errado com a gente. Na verdade é urgente aprender a diferenciar dois estados de sentimentos que parecem iguais, mas são completamente opostos: a solidão e a solitude.

Eu mesma confundi os dois por muito tempo. Sempre gostei de ficar sozinha, o que me fazia sentir um pouco fora do padrão, mas hoje sei a diferença. A solidão é uma ausência, um vazio que a gente pode sentir mesmo no meio da multidão. É uma dor que corrói e – segundo pesquisas – pode ser prejudicial para a nossa saúde física e mental. Ela nasce da desconexão, de não ter com quem compartilhar a vida.

Já a solitude, por outro lado, é uma presença, um encontro intencional e amoroso com a minha própria companhia. É o meu tempo sagrado, um momento para respirar fundo, recarregar as energias, de me tornar uma pessoa mais forte e segura de mim mesma. Se a solidão pode ser uma experiência devastadora, a solitude é o solo fértil onde a gente floresce.
 
 



Eu uso esse tempo para ler um livro em silêncio, fazer uma caminhada na natureza ou simplesmente ficar no meu canto, refletindo sobre a vida. Com o tempo, percebi que a solitude me trouxe um autoconhecimento profundo. Ela me ensinou a me amar, a me respeitar, a entender minhas emoções e a desenvolver minha criatividade. Esse tempo a sós me tornou mais independente emocionalmente, e agora meus relacionamentos são baseados em escolha, não em necessidade.


Por isso, quando me virem sozinha, não sintam pena. Estou exatamente onde preciso estar, cuidando da minha mente, do meu corpo e da minha alma. A solitude não é um isolamento, mas um ato de amor-próprio, e para mim não há nada mais valioso do que a minha própria companhia.

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Débora Máximo é influencer e graduanda em Psicologia