Por que o câncer está atingindo cada vez mais pessoas abaixo dos 50?

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Quando a princesa Kate Middleton, aos 42 anos, anunciou publicamente seu diagnóstico de câncer, o mundo parou. Não apenas pela figura pública que ela representa, mas pela surpresa: tão jovem, tão ativa, com tantos recursos — como assim? A mesma perplexidade acompanhou o caso da cantora Preta Gil, que chegou aos 48 anos com um câncer no intestino. Casos como esses têm se tornado cada vez mais frequentes e revelam uma tendência preocupante: o câncer está atingindo adultos jovens em todo o mundo com uma velocidade maior do que se imaginava.

Segundo estudos internacionais, a incidência de câncer em pessoas com menos de 50 anos aumentou quase 80% nas últimas três semanas. Os tipos que mais crescem entre os jovens são os de mama, có lon , p â ncreas, tireoide, rim ef ígado. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) já alertou para o aumento expressivo de casos coloridos nessa faixa etá ria, que já havia alguns anos sequer era considerado grupo de risco.

A médica Clarissa Oliveira, mestre em G en é tica e B ioquí mica, estudiosa de Medicina de P recisão e pesquisadora de marcadores de envelhecimento bem sucedida, acompanha essa mudança de perfil de perto. Para ela, os motivos são muitos — e vêm bem antes do diagnóstico . ” Nosso estilo de vida mudou significativamente nas últimas d é cadas. Hoje comomos mais alimentos ultraprocessados, dormimos menos, vivemos sob estresse constante, respiramos um ar mais poluído, estamos expostos a disruptores end ó crinos e cada vez mais distantes da natureza e do movimento. Tudo isso inflama silenciosamente o corpo e favorece o surgimento de doenças crônicas como o câncer”, explica.

Clarissa destaca que fatores como obesidade, sedentarismo, consumo de álcool, alterações no microbioma intestinal e desequilíbrios hormonais estão diretamente associados ao aumento de casos em adultos jovens. Ao mesmo tempo, muitos desses pacientes acabam sendo divulgados mais tardiamente, por não estarem na faixa etária das campanhas de rastreamento. ” Precisamos mudar o foco da saúde para a prevenção real. Isso inclui alimentação viva e colorida, atividade física regular, sono de qualidade, controle do estresse, regulação de nutrientes de forma individualizada e redução da exposição a toxinas ambientais”, reforça a dica.

Ainda que os números assustem, há um caminho possível. O diagnóstico precoce e a mudança de hábitos podem reverter muitas histórias . E se antes do câncer era uma conversa adiada para depois dos 60, hoje ele exige atenção já a partir dos 30. Porque, como mostram os casos de Kate e Preta Gil, o tempo do cuidado é agora.