Hospital de Uberlândia investe em ambientação diferenciada, equipe especializada e monitoramento contínuo para valorizar o protagonismo da gestante e reduzir intervenções desnecessárias
No Hospital Mater Dei Santa Clara, o parto é conduzido segundo diretrizes nacionais e internacionais que priorizam segurança obstétrica e respeito à singularidade de cada gestação. A instituição estruturou espaços e protocolos que favorecem um trabalho de parto mais fisiológico, alinhado às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.
Para a ginecologista e obstetra Adriana Scalia, “cada parto é único e deve respeitar a individualidade da mulher, oferecendo suporte físico e psicológico conforme as necessidades apresentadas”. Na prática, isso se traduz em três pilares: o protagonismo feminino, o acolhimento contínuo e condutas pautadas em medicina baseada em evidências. “Oferecer à mulher liberdade de posição, técnicas de alívio da dor e apoio psicológico faz com que o parto flua melhor, com intervenções somente quando estritamente necessárias”, explica a médica.
Entre as adaptações de ambiente, o Hospital Mater?Dei Santa?Clara foi pioneiro em Uberlândia ao instalar banheira com água quente para alívio da dor no trabalho de parto. A cobertura da equipe inclui enfermeira obstétrica 24 horas, anestesista de plantão para analgesia, sempre que indicada, e fórum interno de atualização contínua, que reúne médicos, enfermeiros e gestores, para acolher sugestões de melhoria e revisar materiais e fluxos.
Desafios e resistências no Brasil
Dados oficiais mostram que a razão de mortalidade materna no Brasil, em 2022, foi de 57,7 óbitos a cada 100?mil nascidos vivos, retornando ao patamar pré-pandemia. Em contraponto, a OMS defende que taxas de cesariana superiores a 10–15?% não reduzem a mortalidade materna, nem perinatal, e recomenda que o procedimento seja realizado apenas por clara indicação médica.
Apesar dos resultados positivos em cenários humanizados, o país ainda registra alta prevalência de cesarianas. Para enfrentar esse desafio, o hospital mantém sala de cesariana de urgência pronta e protocolos que permitem mudança imediata de rota, caso haja qualquer risco ao binômio mãe bebê. Essa integração entre incentivo ao parto vaginal e garantia de segurança cirúrgica reflete o equilíbrio buscado pelo Mater Dei Santa Clara: respeitar o protagonismo feminino sem descuidar da vigilância obstétrica. “Estarmos alinhados com as evidências científicas nos dá segurança para acreditar que estamos no caminho certo”, conclui Adriana.
Com o reforço de treinamentos regulares e monitoramento de indicadores clínicos, a maternidade do Hospital Mater Dei Santa Clara mira consolidar o atendimento humanizado como padrão de referência, combinando acolhimento personalizado e rigor técnico.