Com falta de mão de obra, mercado de trabalho encontra na imigração uma alternativa viável

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Em Uberlândia, diversos estabelecimentos comerciais empregam estrangeiros

 Não é de hoje que bares e restaurantes e tantos outros segmentos, têm enfrentado dificuldades para contratar, reflexo da escassez de mão de obra qualificada e do desinteresse de candidatos pelas vagas disponíveis.

Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) comprova essa realidade. O estudo mostra que 90% dos empresários do setor de alimentação fora do lar enfrentam entraves para a contratação de novos colaboradores. O cenário tem sido um pouco mais positivo devido a imigração de pessoas de diversos países em busca de uma colocação no mercado de trabalho.

Segundo informações do Boletim das Migrações, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, mais de 203 mil imigrantes tiveram vínculos formais de emprego no Brasil entre janeiro e agosto de 2024. As regiões Sudeste e Sul do país foram as que mais admitiram. Atualmente, Uberlândia tem uma concentração de palestinos, bolivianos, venezuelanos, haitianos, chineses, paraguaios, entre outras nacionalidades, que escolheram a cidade para morar e trabalhar. E isso, de certa forma, tem ajudado os setores como alimentação, serviços, construção civil, entre outros a impulsionar empregabilidade de imigrantes na cidade.

Empresários têm dado a essas pessoas emprego e uma chance de recomeço. Um exemplo, é a padaria e confeitaria Babuska Pães, que tem contratado imigrantes desde que integrou a um projeto que engloba instituições como o Sebrae que contribuem com esse movimento. “Além da falta mão de obra qualificada ser grande, é muito bom apoiá-los. Temos um imigrante trabalhando na produção, mas já cheguei a ter três neste mesmo cargo e quatro balconistas, todos venezuelanos. São pessoas que aprendem rápido o trabalho e a língua portuguesa e têm interesse pela área”, afirma a diretora Alessiane Peixoto Cabral Batoni.

Quem também está satisfeita com o trabalho dos imigrantes é a proprietária do Restaurante Bom Apetite, Maria Aparecida Junqueira. “Há cerca de oito meses contratamos uma auxiliar de cozinha venezuelana. Para nós o que importa é se a pessoa se encaixa no perfil da vaga e na política da empresa. Não fazemos nenhuma distinção em relação a nacionalidade. A nossa colaboradora é pontual, asseada e tem uma ótima convivência com todos”, disse Maria.

De acordo com Fábio Bertolucci, presidente da Abrasel – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Regional Triângulo Mineiro, a contratação de imigrantes é um fator positivo. “Uberlândia tem uma demanda reprimida de mão de obra para atuar em diversos segmentos. Integrar estrangeiros ao mercado formal, é dar a eles oportunidade e ao mesmo tempo gerar valor a cultura organizacional das empresas ao promover a diversidade e a inclusão. Os quesitos de contratação e os benefícios são os mesmos para todos, independente da nacionalidade”, disse Fábio Bertolucci.