Especialistas orientam manter calendário atualizado para gripe, dengue, herpes-zóster, Covid-19 e outras imunizações essenciais
Com o envelhecimento do sistema imunológico, pessoas acima de 60 anos ficam mais vulneráveis a infecções e suas complicações. Manter a carteira de vacinação em dia é estratégia comprovada para reduzir internações, agravos de doenças crônicas e mortalidade – aponta o geriatra Tiago Ferolla, da Linha de Cuidado do Idoso do Hospital Mater Dei Santa Genoveva.
A imunossenescência, termo que descreve a perda gradual da capacidade de resposta do organismo, expõe o idoso a riscos elevados de gravidade em infecções comuns. Por isso, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam um calendário específico para essa faixa etária, que vai além da tradicional vacina contra a gripe.
“O envelhecimento traz a imunossenescência, reduzindo a resposta imunológica e aumentando riscos de hospitalizações, agravamento de doenças crônicas e mortalidade. Sem imunização adequada, essas complicações são muito mais frequentes”, alerta Dr. Tiago Ferolla.
Segundo o PNI, além da dose anual contra influenza, o idoso deve receber reforços para difteria e tétano (dT), vacina antineumocócica (PPV23) e imunização para hepatite B, conforme avaliação médica. A SBIm recomenda ainda vacinas contra meningite meningocócica e, em áreas de risco, febre amarela.
Gripe e Covid-19
A vacina contra a gripe sofre atualização anual para acompanhar as mutações do vírus. “Em idosos, a proteção cai mais rápido, por isso a dose todo ano é essencial para evitar complicações, internações e morte”, explica Ferolla. Para a Covid-19, ele reforça que os idosos sigam o esquema de reforços recomendado pelo Ministério da Saúde, especialmente diante do surgimento constante de variantes.
Dengue e herpes-zóster
Embora o SUS ofereça hoje a vacina contra dengue apenas até 59 anos, a rede privada disponibiliza imunizantes sem essa limitação, desde que o paciente já tenha sido infectado anteriormente, para garantir segurança. “É importante avaliar com o médico o histórico de infecções e condições clínicas, antes da aplicação.”
No caso do herpes-zóster, reativação do vírus da catapora que acomete principalmente quem tem mais de 50 anos, a vacina reduz em até 90% a incidência e diminui drasticamente o risco de neuralgia pós-herpética – dor crônica que compromete a qualidade de vida.
Outras vacinas recomendadas
“Idosos também devem ser protegidos contra pneumonia pneumocócica, hepatite B, difteria, tétano, e, dependendo da região, febre amarela”, lembra o geriatra. A avaliação individualizada considera histórico vacinal e presença de comorbidades, garantindo um calendário personalizado.
Para o Dr. Ferolla, a decisão está nas mãos de cada família: “vacinar-se é um ato de autocuidado e um investimento em autonomia. Os efeitos colaterais, como dor no local ou febre baixa, são passageiros. Já as doenças que evitamos podem causar sequelas graves ou levar à morte”.
Informe-se junto ao seu médico ou à unidade de saúde mais próxima e confirme, na sua carteira, quais vacinas ainda estão pendentes. Manter o calendário em dia é ampliar as chances de uma longevidade saudável.