Ex-alunos desenvolvem algoritmo acessível de deep learning para monitorar atividade sísmica no sistema solar
Gabriel Chayb e Ana Miziara, ambos ex-alunos do Gabarito Educação, foram celebrados como vencedores globais no Nasa Space Apps Challenge 2024, o maior hackathon do mundo voltado à resolução de problemas reais na Terra e no espaço, organizado pela NASA Earth Science Division. A conquista reforça o protagonismo da escola na formação de cientistas e profissionais de alto nível.
Contexto do Desafio
Em outubro de 2024, mais de 93.520 participantes, distribuídos em 15.444 equipes de 163 países e territórios, uniram-se sob o tema O Sol Toca Tudo (The Sun Touches Everything). Durante 48 horas, as equipes desenvolveram 9.996 projetos, utilizando dados abertos de 15 agências espaciais parceiras, entre elas o Programa Espacial Brasileiro (PEB). Os desafios abarcaram ciências da Terra, exploração espacial, sustentabilidade e mitigação de impactos da atividade solar.
A equipe 42 QuakeHeroes
Entre as dez equipes finalistas globais, destacou-se a 42 QuakeHeroes, vencedora da categoria de Melhor Tecnologia, que tinha os ex-alunos do Gabarito entre os participantes, atualmente estudantes ou egressos da Universidade Federal de Uberlândia. O grupo desenvolveu uma solução inovadora para detectar eventos sísmicos em Marte e na Lua, automatizando a identificação de abalos por meio de uma rede neural profunda (Deep Neural Network – DNN).
“Adaptamos uma IA, inicialmente usada na detecção de tumores na medicina, para treinar do zero um algoritmo capaz de reconhecer o início de tremores no solo marciano e lunar. Tudo isso em apenas 48 horas, com recursos gratuitos e de código aberto, garantindo que qualquer pessoa com um computador possa reproduzir o estudo em casa”, explica Gabriel Chayb, ex-aluno do Gabarito Uberlândia.
Além do algoritmo, a equipe lançou um site interativo que exibe os principais abalos sísmicos identificados por missões da NASA, acompanhados de explicações sobre os diferentes tipos de terremotos extraterrestres e o potencial de economia de recursos para futuras missões.
Formação e estímulo à curiosidade
Os dois vencedores credenciam o Gabarito Educação como ambiente fértil para a curiosidade científica:
Gabriel Chayb (Gabarito Uberlândia, 2020–2022) destaca o estímulo a ”aprender a aprender”. “Os professores sempre nos incentivaram a ir além do conteúdo das provas. Era importante entender o porquê dos fenômenos, formando mentes críticas e curiosas, preparadas para grandes desafios”.
Ana Miziara (Gabarito Uberaba, 2016–2018) recorda o impacto do Trabalho de Conclusão de Curso (TCG) no segundo ano do Ensino Médio: “o TCG me impulsionou a explorar temas de interesse e a exercitar a criatividade. Os professores de biologia e química traziam conteúdos externos que ampliavam nossa visão científica”.
Dicas para futuros cientistas
Ambos os ex-alunos reforçam a importância de proatividade e curiosidade profunda:
Questione sempre: “Ao receber uma aula, pergunte ‘por quê?’ e busque compreender além do que cai em provas”, aconselha Gabriel.
Democratização do conhecimento: aproveite a vasta oferta de recursos online para se aprofundar em temas de interesse.
Participe de projetos práticos: Gabriel relata ter começado em competições de programação (PCI) ainda no Gabarito, “sem saber programar direito”, mas aprendendo na prática.
Mantenha-se atualizado: “Esteja atento às notícias de ciência e tecnologia, especialmente avanços em IA e machine learning”, enfatiza Ana.
Expectativas para a cerimônia na NASA
Com a vitória global conquistada, a 42 QuakeHeroes embarca em breve para a cerimônia de premiação na sede da NASA, em busca de novas conexões e aprendizado no epicentro mundial da ciência e da tecnologia. Gabriel e Ana pretendem levar não apenas o nome do Brasil mas também a reputação do Gabarito Educação e de Uberlândia a patamares internacionais.
