O Brasil é um dos países que mais realiza cirurgias no mundo, com procedimentos que vão desde correções de hérnias até intervenções de emergência, como a apendicectomia. Segundo dados do Ministério da Saúde e do DATASUS, essas cirurgias estão entre as mais comuns no sistema público e privado, refletindo a demanda da população por tratamentos eficazes e seguros. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça a importância de investir em tecnologias minimamente invasivas, que reduzem custos hospitalares e melhoram a qualidade de vida dos pacientes.
Avanços tecnológicos na cirurgia
A cirurgia minimamente invasiva é um dos maiores avanços da medicina moderna. De acordo com o Dr. Bruno Ferola, cirurgião do Hospital Mater Dei Santa Clara, essa modalidade inclui técnicas como a videolaparoscopia avançada, que utiliza câmeras de alta resolução e pinças seladoras, a cirurgia robótica, com braços mecânicos controlados pelo cirurgião e visão em 3D, e a cirurgia endoscópica, que permite intervenções por meio de instrumentos especializados.
Outro destaque é o uso de próteses e órteses personalizadas, muitas delas fabricadas com impressoras 3D, que atendem às necessidades específicas de cada paciente. Além disso, os avanços na anestesia têm proporcionado maior segurança e individualização dos procedimentos, com medicamentos mais eficazes e monitorização intraoperatória aprimorada.
A inteligência artificial também tem ganhado espaço, auxiliando no planejamento cirúrgico e na monitorização da jornada do paciente. Por fim, as terapias a laser têm sido incorporadas para aumentar a precisão e reduzir a invasividade dos procedimentos.
Laparoscopia: uma revolução na cirurgia
A laparoscopia é um dos métodos mais consolidados e comprovados cientificamente. Segundo o Dr. Ferola, essa técnica oferece vantagens significativas em relação à cirurgia aberta tradicional. “Por meio da laparoscopia, conseguimos realizar procedimentos sem grandes cortes, com menor agressão aos tecidos, redução do risco de sangramento e menor chance de lesões a outros órgãos. Isso resulta em uma recuperação mais rápida, menos dor pós-operatória e menor índice de complicações”, explica.
Conheça algumas das cirurgias mais comuns:
Hérnia inguinal e umbilical: quando a cirurgia é necessária
As hérnias inguinais e umbilicais estão entre as cirurgias mais frequentes no Brasil. Os sintomas incluem dor local, principalmente após esforço físico, abaulamento na região e, em alguns casos, prejuízo estético. “Todo paciente com suspeita de hérnia deve ser avaliado por um cirurgião especializado, pois a maioria dos casos exigirá correção cirúrgica”, afirma o Dr. Ferola.
Apendicite aguda: uma urgência cirúrgica
A apendicite aguda é uma condição que exige atenção imediata. Se não tratada adequadamente, pode levar a complicações graves, como abscessos, perfuração intestinal, peritonite e, até mesmo, óbito. “A apendicite é considerada uma urgência cirúrgica. Embora o paciente não corra risco iminente de vida em todos os casos, o tratamento deve ser rápido. Em situações de perfuração, por exemplo, a cirurgia se torna uma emergência”, destaca o especialista.
Hemorroidas: técnicas cirúrgicas e individualização
A cirurgia para hemorroidas é indicada com base em critérios como a gravidade dos sintomas, o tamanho das hemorroidas e o estado geral de saúde do paciente. Entre as técnicas mais utilizadas, o Dr. Ferola cita:
– Técnica tradicional (aberta): remoção das hemorroidas por meio de corte.
– Hemorroidectomia com grampeador (PPH): uso de um dispositivo para grampear e seccionar as hemorroidas internas.
– Desarterialização hemorroidária (THD): ligadura dos vasos que irrigam as hemorroidas, sem cortes.
– Hemorroidectomia a laser: esclerose dos vasos hemorroidários com uso de laser.
“Um conceito que vem ganhando força é a combinação de técnicas, tratando cada caso de forma individualizada”, ressalta o cirurgião.
Os avanços tecnológicos têm transformado a cirurgia geral no Brasil, tornando os procedimentos mais seguros, precisos e menos invasivos. Com técnicas como a laparoscopia, o uso de inteligência artificial e a personalização de próteses, os pacientes têm acesso a tratamentos mais eficazes e com recuperação acelerada.