Especialistas alertam sobre os sinais de arritmia e orientam sobre hábitos de vida que podem reduzir o risco de morte súbita, salvando milhares de vidas.
No Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita, especialistas e instituições médicas buscam sensibilizar a população sobre a gravidade das arritmias cardíacas – condições que alteram o ritmo normal do coração e podem levar a desfechos graves, incluindo a morte súbita. Estima-se que essas doenças atinjam uma em cada quatro pessoas ao longo da vida e sejam responsáveis por cerca de 300 mil mortes anuais no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC).
Entendendo as arritmias: sintomas e sinais de alerta
Para identificar uma possível arritmia, é essencial estar atento a sintomas como palpitações, batimentos irregulares ou acelerados. O Dr. Marcelo Carrijo, arritmologista do Hospital Mater Dei Santa Clara, explica que “o sinal mais alarmante é o desmaio”, que pode indicar uma arritmia grave e risco iminente de morte súbita.
Embora algumas arritmias sejam silenciosas, muitas se manifestam de forma perceptível, e a busca por atendimento médico, ao notar esses sinais, é essencial para o diagnóstico e intervenção precoce.
Como prevenir as arritmias cardíacas?
A prevenção de arritmias, de modo geral, está ligada ao controle dos fatores de risco das doenças cardiovasculares, já que muitas arritmias ocorrem como resultado dessas condições. Dr. Marcelo orienta sobre hábitos preventivos: “Controlar a pressão alta, a glicemia e o peso, evitar o tabagismo e alimentos ricos em gorduras saturadas, além de manter o estresse sob controle, são medidas importantes para prevenir não só as arritmias, mas também o risco de morte súbita”.
A fibrilação atrial e os riscos associados
A fibrilação atrial, uma das arritmias mais prevalentes, torna-se mais comum com o avanço da idade e está associada a condições como acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca. Dr. Marcelo ressalta que o envelhecimento da população contribui para o aumento da incidência dessa arritmia, especialmente em pacientes que já têm histórico de doenças cardíacas.
Papel do arritmologista: diagnóstico e tratamento especializado
O tratamento das arritmias exige um olhar especializado, que muitas vezes ultrapassa as abordagens gerais de cardiologia. “O arritmologista ou eletrofisiologista é o cardiologista especializado em tratar arritmias com procedimentos minimamente invasivos, como ablações e implantes de dispositivos eletrônicos, como marcapassos”, explica Dr. Marcelo. Essas abordagens, quando aplicadas corretamente, podem curar ou controlar os sintomas das arritmias de forma eficaz.
Exercício físico e arritmias: influência na prevenção e cuidados necessários
Praticar atividade física regularmente ajuda a controlar fatores de risco, como hipertensão, diabetes e obesidade, reduzindo a chance de desenvolver arritmias. No entanto, para aqueles que já têm diagnóstico de arritmia, a atividade física deve ser orientada por especialistas, pois, em alguns casos, o aumento da frequência cardíaca durante o exercício pode desencadear ou piorar a condição.
Medição do pulso e identificação precoce
Capacitar a população para reconhecer os sinais de arritmia é essencial, especialmente em emergências. Dr. Marcelo ressalta a importância de se ensinar a população leiga a medir o pulso radial para identificar batimentos irregulares. Em países onde essa prática faz parte da educação básica, muitas vidas são salvas pelo reconhecimento precoce das arritmias em situações de emergência.