12ª edição da Corrida do Cerrado confirma sucesso e renova a tradição

Evento reuniu cerca de mil participantes no sábado (31), no Granja Marileusa

Homens, mulheres, idosos e pessoas com deficiência (PcD) compartilharam suas histórias, expectativas e objetivos em percursos de 5 km e 10 km na da 12ª Corrida do Cerrado, realizada no sábado (31), no bairro Granja Marileusa, na zona leste de Uberlândia.

O evento contou com cerca de mil atletas profissionais e amadores e foi comemorativo aos aniversários de 136 anos da cidade e de 11 anos do bairro. Em caráter recreativo e de incentivo à pratica esportiva, crianças também correram, mas em um trajeto adaptado à faixa etária.

Todos os participantes receberam medalhas e os cinco primeiros colocados feminino e masculino, nas categorias 5 km e 10 km, ganharam troféus, um kit oferecido pela organizadora Quanta Esportes e Eventos e brindes de patrocinadores. Maior do que as premiações foram a alegria e o sentimento de superação alcançado ou reforçado por parte dos corredores.

A tradutora Sthefany Alves, de 36 anos, que ficou em 1º lugar no percurso de 5 km, já é frequentadora de pódios, uma realidade difícil de imaginar para quem já sofreu com a obesidade, chegando a pesar mais de 120 kg, há 4 anos. Durante a pandemia, após ter Covid, ela decidiu mudar os hábitos de vida, e o resultado pode ser visto no corpo, pois ela perdeu mais de 60 kg, no sorriso e nos muitos troféus e medalhas conquistados em corridas.

O 2º lugar no pódio feminino de 5 km ficou com Juliana de Oliveira Mendes, de 40 anos, que também tem história de obesidade, ao chegar aos três dígitos de peso. Ela é educadora física, mas foi correndo, hábito que mantém há 11 anos, que encontrou o caminho para uma melhor qualidade de vida. “A corrida me salvou”, disse ela, que perdeu quase 40 kg.

O 3º lugar na mesma categoria foi conquistado por Raissa Pafume Dias, de 36 anos, seguida por Gabriela Palazzo Buiatti, de 22 anos (4º lugar), e Emilly Raizer da Silva Simão, de 31 anos (5º lugar), que também ganharam troféu.

Na categoria masculina 5 km, subiram ao pódio Marco Túlio Silva Gonçalves, de 20 anos (1º lugar), Vitor Pereira, de 21 anos (2º lugar), e Cairro Henrique Ferreira Borges, de 39 anos (3º lugar). Também foram contemplados com troféu Edmilson Coelho da Silva, de 35 anos (4º lugar), e Roberto Franco, de 40 anos (5º lugar).

O jovem Marco Túlio é atleta profissional há 2 anos e meio e tem assinatura do Praia Clube na carreira. Suas principais provas são 800 m e 1.500 m. Ele é medalhista Panamericano, Sulamericano, Panamericano de Cross Country e atleta da Seleção Brasileira de Atletismo. Suas metas para um futuro próximo são conquistar medalha no Troféu Brasil de Atletismo, a mais importante competição da modalidade no país, e uma vaga nas Olimpíadas de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 2028.

Desafio de 10 km
A empresária Letícia Ribeiro, de 34 anos, ficou em 1º lugar no desafio dos 10 km da 12ª Corrida do Cerrado. Ela começou a correr em 2018 com dois objetivos iniciais: perder alguns quilos e buscar ajuda para se livrar de problemas emocionais. A decisão deu tão certo que, seis anos depois, ela é atleta de corridas e também triatleta.

Ela conta que, após começar a correr, buscou outras atividades físicas e esportivas como musculação, natação e ciclismo, sendo que sequer sabia andar de bicicleta. Neste mês, Letícia Ribeiro vai participar do Ironman 70.3, em São Paulo, uma prova de triathlon com 1,9 km de natação, 90,1 km de ciclismo e 21,1 k de corrida. A etapa faz parte de um circuito com mais de 100 provas realizadas em todo o mundo.

Além de mudar a própria vida, a empresária e triatleta ressalta o poder de influência que a prática esportiva tem. Ela conta que o noivo também começou a correr, além da mãe, aos 52 anos.

O 2º lugar do pódio feminino ficou com Poliane Rios, de 37 anos, e o 3º, com Mariana Louzada de Oliveira, também de 37. Também receberam troféu Dulce Albernaz, de 36 anos (4º lugar), e Sunamita Alves, de 46 anos (5º lugar), que, na Corrida das Mulheres, realizada em março, no Granja Marileusa, havia conquistado o 2º lugar em 5 km.

Na categoria masculina 10 km, o 1º colocado foi Júlio César Gonzaga, de 42 anos, de Araguari. O educador físico e ex-jogador de futebol, pratica corridas há 10 anos, o que, segundo ele, é importante para seu desempenho profissional e para a qualidade de vida em geral.

O pódio masculino foi ocupado também por Thiago da Cunha Miranda, de 35 anos (2º lugar), e Heitor Silva Cardoso, de 41 anos (3º lugar). Os demais troféus foram entregues a Andrez Carisson Souza, de 37 anos (4º lugar), e Hudson Souza Sobrinho, de 34 anos (5º lugar).

Emoção no percurso
Há 4 anos, a mentora de melhoria contínua Mariana Louzada, ainda moradora de Goiânia (GO), começou a correr com o intuito de aliviar a sobrecarga da mente devido ao diagnóstico e tratamento de um câncer de mama. Curada da doença e morando em Uberlândia há 2 meses, ela se inscreveu para a Corrida do Cerrado e garantiu lugar no pódio dos 10 km.

Pela alegria e vibração ao receber o troféu pelo 3º lugar, Mariana Louzada parecia ter conquistado medalha de ouro em uma olimpíada. Na verdade, o momento representava a superação de uma fase difícil de sua vida. Segundo ela, o hábito de correr a ajudou muito vencer as dificuldades decorrentes do câncer. “A corrida me salva todos os dias”. Emocionada, ela contou que fez todo o percurso agradecendo a Deus por estar ali vencendo aquele desafio. Ao lado dela, também nos percursos, Mariana conta com o apoio do marido Samir Costa, quem ela diz ter “puxado” para o mundo das corridas.

Inclusão
Para o jovem Bruno Mamede, de 22 anos, diagnosticado com autismo na infância, participar de corridas é uma forma de inclusão e de qualidade de vida. Acompanhado pelo pai, Rafael Mamede, ele é bastante conhecido no universo da modalidade esportiva em Uberlândia, e coleciona medalhas com a participação em 258 corridas.

Na 12ª Corrida do Cerrado, Bruno Mamede recebeu um troféu por participar desde a primeira edição do evento, em 2011. Para o companheiro em todos os percursos, o pai, a alegria do filho com o troféu em mãos é a prova de que valem a pena cada passo e cada gota do suor.

Para o diretor-presidente da Granja Marileusa Desenvolvedora, José Inácio Pereira, a 12ª Corrida do Cerrado foi um sucesso tanto pelo número de participantes quanto pela alegria e engajamento de todos, cumprindo assim com os atributos do bairro, que incluem o entretenimento, a convivência entre as pessoas a valorização da saúde. “A corrida está garantida para o próximo ano no calendário de eventos do bairro”, afirmou.

Solidariedade
O local da concentração dos atletas, da entrega de troféus e das festividades de encerramento da corrida foi também um ponto para reforçar a campanha “Salve o Gui”, em prol do garoto Guilherme Rabelo, de 12 anos. Ele foi diagnosticado em 2020 com distrofia de Duchenne, uma doença degenerativa e incapacitante que atinge os músculos e que, sem tratamento, encurta a perspectiva de vida do paciente.

A família, que reside em Uberlândia, corre contra o tempo para arrecadar R$ 15 milhões para adquirir a única medicação capaz de interromper a progressão da doença. Um grupo formado por amigos e familiares de Guilherme compareceu ao local com bandeirolas e camisetas da campanha.

Flávio Torrano  explicou que, se 750 mil pessoas doarem R$ 20 cada, a meta é alcançada e a vida de Guilherme é salva. Quem puder se solidarizar com a causa, basta acessar a  página da campanha.

RESULTADOS
Feminino 5 km:

Masculino 5 km:

Feminino 10 km:

Masculino 10 km:

           (Veja a lista completa no site da Quanta Esportes)