A síndrome de Burnout, também conhecida como esgotamento profissional, tem se tornado uma preocupação crescente entre empreendedores e empresários. Caracterizada pelo estresse crônico e exaustão emocional, essa condição pode afetar drasticamente a saúde e a produtividade de indivíduos que estão constantemente sob pressão no ambiente de trabalho. Segundo a International Stress Management Association (Isma), o Brasil ocupa a segunda posição mundial em casos de Burnout, superado apenas pelo Japão.
Transformações no ambiente de trabalho
As relações de trabalho passaram por grandes transformações nos últimos anos, impulsionadas pela pandemia de Covid-19. Essas mudanças trouxeram um impacto significativo na saúde mental dos colaboradores. Agora, mais do que nunca, as empresas precisam adotar estratégias que promovam um ambiente de trabalho mais saudável e olhar para seus colaboradores de maneira mais consciente. A qualidade do ambiente de trabalho está diretamente ligada ao rendimento e bem-estar dos funcionários.
De acordo com o psiquiatra e psicoterapeuta, Alfredo Demétrio Jorge, o Burnout não surge de forma repentina. “Alguns sintomas iniciais incluem estresse constante, cansaço extremo e desmotivação. Estes sinais devem ser observados com atenção. Outros sintomas que podem indicar a presença do Burnout são cansaço excessivo (físico e mental), dores de cabeça frequentes, alterações no apetite, insônia, dificuldades de concentração, sensação de insegurança, mudanças repentinas no humor, isolamento e alterações nos batimentos cardíacos”, conta.
Embora o Burnout compartilhe sintomas com outras condições de saúde mental, como depressão e ansiedade, ele é especificamente relacionado ao contexto de trabalho. A principal característica é o esgotamento físico e emocional causado por jornadas de trabalho excessivamente desgastantes e responsabilidades excessivas.
De acordo com o Ministério da Previdência Social, em 2023, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concedeu 288.865 benefícios por incapacidade devido a disfunções na atividade cerebral e comportamental, incluindo ansiedade, depressão, estresse e Burnout. Esses números reforçam a necessidade de estar atento aos sinais da síndrome e buscar ajuda quando necessário.
Cuidando da saúde mental
Segundo Alfredo Demetrio, o Burnout é o último estágio do estresse no trabalho e pode ser devastador se não tratado a tempo. “É crucial que empregadores e empregados estejam cientes dos sintomas e tomem medidas preventivas. Cuidar da saúde mental deve ser uma prioridade em qualquer ambiente de trabalho”, avalia.
Manter relacionamentos pessoais saudáveis, praticar exercícios físicos regularmente, ter uma alimentação balanceada e estabelecer limites claros no trabalho são práticas essenciais para prevenir o Burnout. “Colocar a saúde mental em primeiro lugar não é apenas uma necessidade, mas uma estratégia inteligente para o sucesso a longo prazo”, conclui.