Com a capacidade ilimitada de gerar novos textos, imagens, áudios e vídeos usando uma base de dados pré-existentes, geralmente, a partir de um comando de instruções, a Inteligência Artificial mostrou que veio para ficar. No entanto, por ser uma ferramenta nova, muitos ainda não sabem como usá-la, o que ela pode fazer e quais são os riscos. Isso pode ser um desafio em muitos setores, principalmente na educação e no processo de ensino-aprendizagem.
Uma das ferramentas mais conhecidas e utilizadas é o ChatGPT. Com ela é possível ter a resposta a quase tudo em questão de segundos, garantindo mais produtividade no dia a dia, com a criação de conteúdo, pesquisas, análises de dados, tarefas escolares, entre outras infinidades de demandas. No entanto, levanta o debate de até que ponto isso é benéfico?
Uma coisa é inegável: ela já faz parte do cotidiano. Então, como usá-la da melhor maneira possível? Como transmitir, principalmente, aos estudantes, a forma ideal de se beneficiar da ferramenta sem cometer, por exemplo, um plágio?
Para Daniela Lyra Cardoso, profissional de tecnologia educacional e instrucional do Thomas Maker – Hub de inovação da Casa Thomas Jefferson, é crucial observar como os dados e algoritmos da IA podem perpetuar preconceitos sociais e raciais. Estas tecnologias, por vezes, encaminham os alunos por trajetórias educacionais que reforçam estereótipos ou impõem limitações.
“A adoção da IA na educação transcende a simples busca por eficiência. Em uma sociedade crescentemente digital e algorítmica, é fundamental usar essa ferramenta de maneira crítica e consciente, promovendo abordagens que superem a automação e preparem os estudantes para as nuances da evolução tecnológica”, explicou
Na Casa Thomas Jefferson, os educadores estão se capacitando ativamente e experimentando a Inteligência Artificial em práticas pedagógicas fundamentadas na ciência do aprendizado. Esse engajamento reflete um compromisso proativo com uma educação que não apenas incorpora a tecnologia, mas também pondera suas implicações de forma crítica.
A course designer da Thomas Jefferson, Angela Franck Minella, exemplifica que uma maneira de agregar a IA no aprendizado é o professor propor atividades utilizando as ferramentas como fonte de busca e, posteriormente, estimular os alunos ao pensamento crítico para fazer escolhas e/ou julgamentos baseados na informação obtida. “ Certamente ainda precisamos aprender mais sobre o que a IA é capaz de fazer, como pode facilitar nossa vida e trazer experiências positivas e de aprendizado. No final das contas, há coisas que o ser humano faz que não podem ser replicadas e deve se tirar vantagens disso”, finalizou.