A leucemia é um dos tipos de câncer no sangue mais comuns, e acontece quando o corpo produz glóbulos brancos de forma descontrolada na medula óssea e que na maioria dos casos tem origem desconhecida. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 11.540 novos diagnósticos da doença por ano até 2025 no Brasil. Desse modo, a campanha do Fevereiro Laranja surge com o intuito de reforçar as informações sobre a doença e seus sinais.
O hematologista e responsável técnico pela onco-hematologia do Hospital do Câncer em Uberlândia (HC-UFU/Ebserh), Dr. Luiz Cláudio de Carvalho Duarte, esclarece que existem as leucemias agudas e crônicas, que são classificadas conforme a velocidade de multiplicação da célula doente.
“Nas agudas a multiplicação celular é rápida e nas crônicas esta multiplicação celular é mais lenta. Elas [as leucemias] se subdividem também em mielóides e linfóides de acordo com a célula que está se multiplicando. Portanto, temos a leucemia linfóide aguda, (mais frequente em crianças), a leucemia mielóide aguda e mielóide crônica (que acometem mais os adultos) e a linfóide crônica (mais comum em idosos e que pode ser detectada em um exame médico de rotina)”, pontua o médico.
Existe prevenção para a leucemia?
Infelizmente, na maioria dos casos não existem ações de prevenção contra este tipo de câncer. Conforme destaca o Dr. Luiz Cláudio, estudos indicam que “nas leucemias agudas temos alguns fatores de risco associados, como exposição a alguns quimioterápicos e também o aumento da idade nas leucemias mielóides agudas. Já as alterações genéticas, como a síndrome de Down, aumentam o risco de desenvolvimento da leucemia linfóide aguda, enquanto para as leucemias crônicas, os estudos não comprovaram, até o momento, fatores de riscos associados”.
Diante da impossibilidade da prevenção, o diagnóstico precoce e o início rápido do tratamento são fundamentais para aumentar as chances de cura dos pacientes com leucemia. Nesse sentido, é importante estar atento aos principais sintomas associados às leucemias agudas, que são aqueles relacionados à anemia, como cansaço e palidez. Pode ocorrer também a presença de manchas roxas pelo corpo ou sangramento em cavidade oral ou nariz, além do aparecimento de febre. Por isso, é muito importante manter os exames de rotina e procurar um médico caso perceba alguma alteração de saúde anormal.
Tipos de tratamento e o transplante de medula
As leucemias podem ser curáveis e as taxas de cura, variam de acordo com o tipo da doença, histórico e idade do paciente, mas podem alcançar de 70% a 90%.
Segundo o hematologista, o tratamento para as leucemias agudas envolve um protocolo de quimioterapia e em alguns casos poderá ser realizado o transplante de medula óssea.
Neste caso, o transplante realizado é o chamado alogênico. “É quando a medula é doada por um familiar ou por um doador cadastrado no banco de medula óssea do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ele é indicado nas leucemias agudas se o paciente possui alterações genéticas que conferem pior evolução, mas primeiro o paciente deverá ficar sem a doença com o tratamento quimioterápico e não possuir contra indicações ao procedimento”, ressalta o profissional.
O Grupo Luta Pela Vida
O GLPV é uma instituição filantrópica que existe há 27 anos com o intuito de colaborar com manutenção e melhorias do tratamento contra o câncer oferecido em Uberlândia de forma humanizada.
Por meio do apoio solidário de toda a sociedade, o Grupo contribui com o serviço gratuito e de qualidade oferecido pelo Hospital do Câncer em Uberlândia (HC-UFU/Ebserh) para cerca de 8 mil pacientes anualmente, além de manter o Centro de Cuidados Paliativos Oncológicos em funcionamento.