Corrida do Cerrado 2023 celebra aniversários do Granja Marileusa e de Uberlândia

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Minas Gerais é o segundo estado com o maior número de corridas de rua no Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo

Está quase tudo pronto para a 11ª Corrida do Cerrado. No sábado (19) a arena montada no bairro Granja Marileusa será aberta às 16h com uma estrutura para receber corredores, familiares e amigos de forma aconchegante. Com largada e chegada no Espaço de Negócios, esta edição da corrida celebra os 10 anos do empreendimento e os 135 anos de Uberlândia.

Os trajetos já foram divulgados e já tem gente fazendo reconhecimento do trajeto. A corrida tem as categorias feminino e masculino, de 5k e de 10k, e o circuito kids, para crianças de 6 a 9 e de 10 a 13 anos.

A 11ª Corrida do Cerrado tem como tema a árvore Flamboyant, cujo tom vermelho é a cor base para o kit que os corredores receberão com medalha, bolsa e camiseta.

Essas árvores compõem a principal rotatória do bairro, no cruzamento da avenida Floriano Peixoto com a Maria Silva Garcia, projetada pela paisagista Renata Tilli em parceria com a artista Silvia Mecozzi. Segundo Edina Franco Gouveia, presidente da Associação de Moradores do Granja Marileusa, a obra “Semente”, localizada  nesta rotatória entre as árvores da espécie Flamboyant é da artista plástica Sílvia Mecozzi – a primeira intervenção artística do bairro –  e é um dos pontos mais fotografados da região.

“Com esse tema a gente volta ao ponto em que o bairro começou a tomar forma. E essa semente floresceu e ganha mais vida a cada ano”.

José Inácio Pereira, diretor superintendente do Granja Marileusa, avalia a participação das famílias como o principal chamariz para a Corrida do Cerrado e reforça que não é um evento apenas para quem vive no bairro, mas para toda Uberlândia e atletas de todo o país.

“Como um bairro planejado, incentivamos atividades coletivas esportivas no nosso espaço. Além de atletas, recebemos famílias e criamos um espaço propício para novas amizades e convívio social. A corrida é uma forma de parabenizar nossa cidade que aniversaria neste mês”.

A categoria Kids desde o ano passado não tem pódio com troféu, mas tem medalha para todos os participantes. Edina Gouveia conta que foi o feedback de alguns pais que levou à decisão.

“Ouvimos os participantes para melhorar no que for possível e, para as crianças, o melhor é estimular a participação e proporcionar um momento deles junto com os pais corredores”.

Ricardo Lopes, sócio-fundador da Apuana Esportes, organizadora da corrida,  afirma que o feedback foi tão bom que o formato foi adotado em outras corridas kids do circuito. “As crianças vão se divertir, por isso a abordagem é mais inclusiva e menos competitiva”.

A psicóloga Lindiana Salvador explica que apesar de o mundo estimular a competitividade, é preciso pensar em soluções e atividades coletivas.

“Quando fazem atividades em conjunto, sem o peso de um lugar no ranking, as crianças aprendem sobre inclusão e pertencimento, com foco no esforço e não no resultado, e isso ajuda na diminuição, inclusive, da ansiedade”.

Para ela, nas atividades ao ar livre como a corrida, as crianças aprendem e exploram mais o processo, porque não estão preocupadas em ganhar. Querem uma aventura numa nova modalidade na qual uma é companheira da outra e desenvolvem apoio, acolhimento, criam memórias afetivas e melhoram a autoestima.

“Para que essas crianças sejam adultos mais saudáveis, devemos encorajar a autoestima, evitando que se sintam desencorajadas por não estarem entre os ‘melhores’, afinal, cada um tem algo especial e único”.

A corrida faz bem para quem pratica. O educador físico e personal trainer Anderson Cruz explica que a corrida amadora ou para pessoas que não almejam a competição tem vários benefícios, os principais são o aumento de gasto calórico auxiliando no emagrecimento e diminuição das gorduras no fígado e do colesterol ruim, fortalecimento dos músculos dos membros inferiores e abdômen, maior vascularização diminuindo o risco de doenças cardíacas.

“A corrida ainda ajuda no aumento dos bons hormônios como a endorfina trazendo bem estar e auxiliando nos tratamentos da depressão e ansiedade, além da socialização com outros indivíduos com os mesmos interesses”.

CIRCUITO EXCLUSIVO
A 11ª edição mantém a características de terra e asfalto, com pontos de hidratação para os atletas e bem sinalizado. Ricardo Lopes reforça ainda que a Corrida do Cerrado é a única autorizada a passar dentro do Parque Bike, que está em uma Área de Preservação Permanente (APP) e é usado para a prática de mountain bike. “Tem uma vista maravilhosa e no final da tarde fica ainda mais atrativa”.

Lopes começou a empreender também há 10 anos. Quando a Apuana surgiu, muitos acreditavam que a corrida de rua era uma “febre, uma modinha”, mas provou-se o contrário.  “Nesses dez anos vimos a popularização do esporte, o amadurecimento do atleta local e para muita gente a corrida de rua virou um estilo de vida. O esporte é acessível e inclusivo, o que justifica essa multiplicação de eventos”, explica.

Quando a Apuana começou a produzir corridas em Uberlândia, eram quatro por ano. Dez anos depois, passam de 40. Com 175 corridas cadastradas no site “Corrida de Rua”, Minas Gerais está na segunda posição entre os estados que mais realizam esta atividade, perdendo apenas para São Paulo, com 366. No dia da pesquisa o site contava com 1482 corridas catalogadas.

O estudo mais abrangente sobre o segmento, o “State of Running 2019”,  mostra que desde 2016, o crescimento anual de participantes em corridas de rua foi de 20%. A pesquisa foi divulgada pelo site da Run Repeat com base em 70 mil eventos analisados entre 1986 e 2019. Em dez anos, o número de praticantes aumentou 57% no mundo.

DUPLA SUPERAÇÃO
Edina Gouveia correu na edição de 2022 e para ela, nada é mais valioso do que as histórias que se constroem em eventos como este. “Conhecemos pessoas com histórias de vida incríveis, de luta, de superação por meio do esporte. É bom saber que iniciativas como a nossa podem sim, transformar vidas”.

Um exemplo dessa transformação é a família de Rafael Mamede. Quando era mais novo, ele queria ser nadador. Mas com dois tímpanos perfurados teve que desistir do esporte. Entre 1988 e 1990 foi atleta do futebol amador As contusões fizeram com que partisse para a corrida, em 2011.

Entre uma volta e outra no Parque do Sabiá, com aval de um médico, começou a treinar, e sua estreia em corridas de rua foi na primeira Corrida do Cerrado.

“Foi gradual, comecei com 2k, 5km, 10km e realizei até o sonho de correr na São Silvestre”, comentou Mamede. O filho, Bruno Mamede, diagnosticado com autismo aos 3 anos, de tanto ver o pai correr, seguiu o mesmo caminho. “Ele gostou  de correr. Nosso desafio era fazê-lo correr sem mim e foi assim que surgiu a nossa dupla”.

Em 2019 Rafael, depois de um exame de rotina, soube que precisaria de uma angioplastia. “Não tinha dinheiro, precisei viajar para Arapongas (PR). Em Uberlândia com ajuda do doutor João Lucas O’Connell fiz uma palestra para falar sobre saúde no esporte, e assim consegui viajar para a cirurgia”.

A pausa para recuperação fez com que a ansiedade de Bruno aumentasse, mas seis meses depois, eles já estavam de volta às pistas. Atualmente correm, pedalam e frequentam a academia.

A dupla tem centenas de medalhas Ao chegar ao número 200, Bruno a recebeu no estádio do Parque do Sabiá. Na 11ª Corrida do Cerrado Rafael e Bruno terão a companhia do sogro de Rafael. “É mais um da família que trouxemos para o mundo das corridas e vai estrear, como eu, numa Corrida do Cerrado”.

É FESTA!
Depois das provas os atletas deixam a pista de corrida e podem correr para a pista de dança depois do pódio, na arena montada no Espaço Ciranda, ao lado do Espaço de Negócios do Granja Marileusa.

Haverá espaço com uma área gastronômica formada por food trucks, cerveja artesanal e artistas com um repertório animado para celebrar esse momento tanto do bairro quanto da cidade. O pôr do sol no Granja Marileusa vai abrilhantar ainda mais o pódio e o início da festa para toda a família.

Os shows são com a banda uberlandense Matusa, com repertório pop e rock e o after com o músico Ivan Barreto. Natural de Cabo Frio (RJ) , ele passeia pelo jazz, blues, soul e rock.

SERVIÇO
O QUE: Corrida do Cerrado
QUANDO: 19 de agosto
HORÁRIO: 16h (abertura da arena) 17h (largada)
LOCAL: Espaço de Negócios Granja Marileusa (Av. Floriano Peixoto, 5605)
MODALIDADES: Individual masculino e feminino 5k e 10k e Kids (6 a 13 anos)
INSCRIÇÕES A R$ 60 (Kids) e R$ 110 (adulto)  https://www.apuanaesportes.com.br/evento/11a-corrida-do-cerrado
RETIRADA DE KITS: sexta (18) das 10h às 20h e sábado (19) das 9h às 14h no estacionamento superior do Villa Viseu (Av. Maria Silva Garcia, 286)

PROGRAMAÇÃO
16h – Início do evento com recepção dos atletas e ação dos patrocinadores
16h45 – Largada Kids
17h – Largada adulto 5K e 10K
18h –  Show Matusa (parte 1)
19h – Premiação
19h30 às 20h30 – Show Matusa (parte 2)
20h30 às 21h50 – Lounge After com Ivan Barreto
22h – Encerramento