Segundo professor, idosos e pessoas imunossuprimidas são as que mais precisam do esquema vacinal completo
Apesar de não ser mais considerada uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde, a Covid-19 continua acometendo novos doentes e fazendo vítimas. Com a aproximação das festas de final de ano, a grande preocupação das autoridades é que as aglomerações de familiares e amigos aumentem a estatística de casos e acabe desencadeando medidas mais restritivas para conter o contágio.
O mundo já teve uma prova da ferramenta que ajudou no controle da doença: a vacinação. Mas tem muita gente que ainda não retornou aos postos de saúde para completar o esquema vacinal. Nesse cenário, segundo o coordenador do curso de Farmácia da Faculdade Anhanguera, Klauber Menezes Penaforte, todas as pessoas elegíveis devem tomar quantas doses de vacina estejam disponíveis e sejam recomendadas pelas autoridades de saúde, sobretudo os idosos e pessoas imunossuprimidas.
“A curva de crescimento de casos aumenta com o passar do tempo, pois a taxa de cobertura da vacina também diminui, além das variantes que potencializam a infecção. Por isso, nesse período devemos ter atenção principalmente com os idosos e pessoas com doenças crônicas, pois apesar da doença se manifestar de forma leve, ainda há o que se preocupar, uma vez que pode levar à morte”, alerta o professor.
O professor universitário lembra que a vacina foi a grande responsável pela diminuição das taxas de internação (casos mais graves) e óbitos no Brasil, o que trouxe um cenário de controle da pandemia. Os imunizantes também atenuaram as sub variantes, gerando menor quantidade de casos graves e infecções com menor tempo de duração.
O aumento recente de casos e internações em diversos locais do Brasil levou empresas e órgãos públicos a indicar ou obrigar a volta do uso de máscaras pelo País afora. Na opinião do professor de Biomedicina, para que as UTIs continuem vazias e não tenhamos a volta de restrições maiores, é fundamental que todos se vacinem.
“Com a aproximação das festas de fim de ano é fundamental completar o ciclo vacinal, uma vez que as aglomerações serão mais recorrentes e, dessa forma, maior será a transmissão da Covid”, recomenda o docente.
CENÁRIO ATUAL
Segundo dados do consórcio de veículos de imprensa que mede a adesão do brasileiro à vacina, desde o início da vacinação, cerca de 80% da população está imunizada ao tomar duas doses ou a dose única da vacina, mas apenas 49,5% da população com mais de 12 anos recebeu a dose de reforço. Em algumas localidades do Brasil, para adultos, é possível receber a quarta e até uma quinta dose do imunizante. Com relação às crianças (de 3 a 11 anos), cerca de 36% estão totalmente imunizadas, e 53% tomaram a primeira dose.
PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A VACINAÇÃO
A seguir, o professor da Faculdade Anhanguera responde às perguntas mais comuns sobre a vacinação contra a Covid-19.
Por que é importante receber as doses disponíveis e indicadas para sua faixa etária?
Com o passar dos meses, é observada uma redução da proteção gerada pela vacina. Manter o esquema vacinal completo é garantia para caso infectada pelo vírus, a pessoa não desenvolva formas mais graves da doença.
Vamos precisar tomar reforço da vacina para sempre?
Ainda não é possível afirmar isso, pois os estudos e evidências sobre a proteção são realizados com a evolução da pandemia. Alguns cenários são possíveis: o surgimento de novas vacinas que não necessitem de reforço; ou ainda atualizações das vacinais de forma anual, que protejam de novas variantes, assim como acontece com as vacinas da gripe.
As doses de reforço causam efeitos adversos?
Não há evidências sobre isso. O organismo das pessoas reage de forma diferente e pode apresentar reações após a aplicação de qualquer uma das quatro doses.
Posso tomar a vacina estando com sintomas de gripe ou resfriado, ou suspeita de Covid?
Não. A recomendação é que a pessoa espere a melhora dos sintomas para receber o imunizante contra a Covid.
Posso tomar a vacina estando com diagnóstico de Covid?
Não. Receber a vacina estando infectado atrapalha a resposta do organismo no combate ao vírus.