Escolha é uma realidade, principalmente pela opção de exercer a maternidade mais tarde
A maternidade é um sonho para grande parte das mulheres, mas cada vez mais, boa parte delas estão deixando esse desejo para ser realizado um pouco mais tarde. As razões são várias: situação financeira, priorização da carreira, por não ter ainda alguém para dividir esse sonho ou mesmo por questões de saúde. Nos últimos anos, a incerteza provocada pelo cenário pandêmico foi um dos empecilhos. Agora, já pode-se perceber a retomada dos procedimentos ligados à área da fertilidade. Em 2021, por exemplo, o aumento dos procedimentos de criopreservação (congelamento de óvulos) chama a atenção.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2021, as mulheres têm engravidado cada vez mais tarde no Brasil. Nos últimos dez anos, o aumento na faixa etária que vai dos 35 aos 39 anos foi de 63%, enquanto a taxa de nascimentos entre mães com até 19 anos caiu 23% no mesmo período.
O congelamento de óvulos é uma forma de preservar a fertilidade da mulher e garantir uma gravidez sem intercorrências. Para a ginecologista endócrina, especialista em Reprodução Humana, Ionara Barcelos, com o avançar da idade, aumentam as chances de infertilidade e de ter uma gravidez de risco, sendo o congelamento de óvulos uma alternativa segura e eficaz. “Embora o ideal seja efetuar o procedimento antes dos 35 anos por causa da melhor qualidade dos óvulos, é possível realizá-lo após essa idade, algumas vezes precisando de mais ciclos para se alcançar bom número de óvulos. O procedimento consiste basicamente em estimular a ovulação, coletar os óvulos e armazená-los em uma câmara fria. Essa técnica é vista como um dos avanços mais importantes da medicina reprodutiva dos últimos anos”, explica a médica.
Quando o procedimento é indicado?
Atualmente, com a escolha das mulheres em engravidar mais tarde essa é uma opção que facilita. Os motivos mais indicados para o congelamento de óvulos são para preservar a fertilidade; quando existe histórico familiar de menopausa precoce e risco de falência ovariana; quando a mulher faz tratamentos oncológicos, como quimioterapia e radioterapia, que podem afetar os ovários e para aumentar a eficácia da Fertilização in Vitro, por exemplo.
O tratamento envolve o estímulo ovariano e a coleta de óvulos para o congelamento no nitrogênio líquido – que preserva as propriedades do gameta feminino por muito tempo. “O processo dura em média 15 dias, mas se a reserva ovariana da paciente for baixa, pode ser preciso realizar mais de um procedimento de coleta e congelamento. Mas de forma geral, é algo simples que precisa apenas seguir as etapas corretas. O congelamento é uma alternativa que permite que a mulher realize o sonho da maternidade sem abrir mão de outros sonhos”, finaliza.