Entenda o período inicial da gravidez e os riscos até o terceiro mês

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A gravidez é a realização dos sonhos de muitas mulheres, porém o período, além de alegria, pode gerar preocupação. Os primeiros três meses são cheios de descobertas e inseguranças, tanto para os pais, quanto para a rede de apoio, principalmente para as mães de primeira viagem.

Para entender os riscos desse período inicial, chamamos a Dra. Lia Carolina Kretly, ginecologista e obstetra do Hospital Santa Clara. Ela irá explicar os primeiros três meses de gravidez e como manter a saúde da gestante e do bebê.  Continue lendo para compreender tudo sobre o assunto!

 Qual é o maior risco no primeiro trimestre?

Alguns pacientes evitam divulgar a gestação para seus amigos e familiares no início da gravidez pelo receio do aborto. O índice de aborto gira em torno de 10-25% das gestações e seu risco é maior até a 12a semana de gestação. Cerca de metade dos casos de aborto acontece por eventos aleatórios onde o embrião recebe um número anormal de cromossomo.

Trabalhar, praticar atividade física e manter relação sexual não aumentam o risco de aborto e podem continuar sendo praticados, exceto se o obstetra contraindicar. Por outro lado, consumo de álcool, tabagismo e o consumo exagerado de cafeína (mais de 200mg por dia) podem estar associados ao aumento do risco de aborto.

No início da gestação é quando ocorre a implantação do saco gestacional na parede do útero da mãe. É dentro do saco gestacional que o embrião irá se desenvolver. Esse período é crucial para a formação do bebê, por isso é muito importante evitar a automedicação e contar com um obstetra de confiança. É importante também manter alimentação saudável durante toda a gestação.

O uso de ácido fólico é encorajado para reduzir risco de má formação do tubo neural, que acarreta em alterações como anencefalia e espinha bífida. Alguns estudos mostram que o uso de polivitamínico pode reduzir a incidência de aborto e de hiperemese gravídica (vômitos excessivos).

Além disso, é importante realizar os exames pré-natais para potencializar a saúde e tratar doenças que podem aumentar o risco de eventos adversos na gestação, como diabetes, hipertensão, alterações da tireoide, infecções de urina, entre outros.

Os estudos mostram que mulheres que praticam atividade física na gestação tem benefícios como redução no risco de diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, controle do ganho de peso, menos dores lombares, maior índice de sucesso do parto normal, melhor recuperação pós-parto e menor índice de depressão pós-parto. O colégio americano de ginecologia e obstetrícia recomenda que todas as gestantes, exceto quando há contraindicação, sejam encorajadas a iniciar ou continuar a praticar atividade física durante toda a gestação, de preferência acompanhadas por profissional capacitado, uma vez que adaptações podem ser necessárias devido as alterações anatômicas e fisiológicas da gravidez. Exercício físico de moderada intensidade na ausência de contraindicação não aumenta o risco de aborto, restrição de crescimento fetal ou trabalho de parto prematuro, ao contrário do que muitas pessoas acreditam. Entretanto, deve-se evitar atividades com alto risco de impacto e queda.

O cenário ideal é quando a tentante procura o obstetra antes mesmo de engravidar, para realizar exames necessários, confirmar se o cartão de vacina está em dia, avaliar se há necessidade de substituição ou suspensão de algum medicamento, iniciar ácido fólico, orientar dieta adequada e atividade física e potencializar a saúde tratando comorbidades que possam trazer prejuízos à gestação.

Para compreender melhor o que é comum durante o primeiro trimestre, separamos uma lista de sinais normais e o que as gestantes devem evitar fazer:

O que é normal sentir no primeiro trimestre da gravidez?

No primeiro trimestre ocorrem as mudanças hormonais mais importantes e por isso é comum sentir alguns sintomas. Os hormônios HCG e a progesterona aumentam muito nesse período e são os principais responsáveis pelas alterações desse período. Além disso, o aumento do volume do útero pode comprimir a bexiga e causar alguns sintomas.

São alterações comuns da gestação:

  • Aumento da frequência urinária;
  • Cansaço e sonolência;
  • Dor nas costas ou no corpo;
  • Náuseas ou vômitos, principalmente no período matutino;
  • Retenção de líquido;
  • Cólica;
  • Sensibilidade nas mamas.
  • Constipação intestinal e gases
  • Acne e aumento da oleosidade da pele e cabelo
  • Dor de cabeça
  • Aumento da fome
  • Aumento da secreção vaginal (que não deve ter coceira ou odor)
  • Queda de pressão

Devido a esse desenvolvimento do bebê, é importante ter alguns cuidados através da orientação pré-natal para evitar riscos à saúde da mãe e do filho:

  • Não utilizar qualquer medicamento sem orientação médica;
  • Não consumir bebidas alcoólicas ou cigarro;
  • Evitar o consumo excessivo de chás e cafeína;
  • Praticar atividade física de preferência orientada por um profissional;
  • Evitar comer alimentos crus, como carne e ovos;
  • Consumir frutas e salada bem higienizados

Como se manter saudável durante o primeiro trimestre?

Durante a gestação o organismo da mãe pode necessitar de maior aporte de nutrientes e vitaminas, então para evitar carências nutricionais é recomendado uma alimentação balanceada com acompanhamento nutricional.

É primordial que a gestante mantenha uma rotina de consultas e exames pré-natais e caso sinta algum sintoma que não condiz com a gravidez, procurar um Pronto Socorro, de preferência com atendimento obstétrico onde será avaliada por um médico obstetra, como é no Pronto Atendimento do Hospital Santa Clara.