Conheça os principais impactos da Reforma Tributária nas empresas

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Assunto foi pauta de encontro estratégico da Amcham Uberlândia, com o objetivo de apoiar empreendedores e líderes

Redução da alíquota do Imposto de Renda e fim do lucro presumido para alguns segmentos. Estas são algumas das diversas mudanças que as empresas no Brasil precisarão lidar com a aprovação da Reforma Tributária. A primeira etapa da proposta foi apresentada pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, em julho de 2020, e desde então, empresas e comunidade estão atentas ao assunto. Entretanto, o tema demanda pesquisas e acesso à informação para entender em “que pé” estão as mudanças propostas. Pensando nisso, a Amcham Uberlândia realizou no mês de setembro, o Encontro Estratégico de CFO’s com o tema “A Reforma Tributária e os seus impactos no planejamento financeiro”.

O bate-papo foi comandado pelo presidente do grupo estratégico de finanças da Amcham Uberlândia, Gustavo Matsumoto, que é diretor corporativo de finanças da Algar, e contou com a presença dos speakers: André Malinoski e Márcio Medina da empresa Gaia, Silva, Gaede Advogados, e Sheila Pieroni, diretora tributária na Bosch América Latina. O Encontro Estratégico discutiu com os participantes as principais mudanças da Reforma e o status em que o projeto se encontra, para apoiá-los no dia a dia dentro das empresas, tendo em vista que o tema é dinâmico e as múltiplas notícias sobre o assunto podem causar confusão, como destacou Sheila Pieroni. “Uma coisa que está muito complicado para nós que trabalhamos dentro de empresas é a forma como a legislação está sendo conduzida. Nossa ideia aqui na Bosch foi inicialmente deixar nossa matriz informada do que estava acontecendo, pois afeta diretamente a distribuição de lucros, inclusive para definição de onde serão os investimentos. Entretanto, as várias mudanças e atualizações geram uma insegurança muito grande”, compartilhou.

Os especialistas destacaram que as transformações no cenário tributário brasileiro influenciarão diretamente os empreendimentos brasileiros, como pontuou Márcio Medina. “Não há dúvida de que com essas mudanças, as empresas e empresários irão repensar os planejamentos e realmente teremos um novo ambiente, gerando inclusive novos planejamentos a partir deste novo cenário que irá se instalar na tributação de lucros, de devolução de bens por capital e assim por diante”, ressaltou.

Para garantir que as empresas se adaptem da melhor forma, é preciso que líderes fiquem atentos à questões como a extinção dos Juros sobre Capital Próprio, a obrigatoriedade de que securitizadoras de crédito adotem o Lucro Real, e também a extinção do Lucro Real Anual e das estimativas mensais. Segundo André Malinoski, este último ponto pode colaborar para a melhoria do ambiente de negócios. “O elogio aqui é a simplificação. Quando os resultados oscilam muito, eventualmente, o Lucro Real facilita, mas veremos que com o Lucro Real trimestral poderemos compensar prejuízos sem o limite de 30%. Então se eu tive um prejuízo no último trimestre, eu poderei compensar com lucros dos três trimestres do ano seguinte”, destacou. O assunto realmente se mostra como um ponto de destaque na Reforma, para a Roit Consultoria e Contabilidade, a tendência é que cerca de 50% das empresas que hoje atuam no regime tributário do lucro presumido migrem para lucro real, valendo destacar que no Brasil há cerca de 3,4 milhões de empresas enquadradas no lucro presumido, sendo em sua maioria pequenas e médias empresas.

Para a gerente de controladoria da Up Brasil, Danielle Matos, que participou do encontro, o conhecimento dos speakers sobre a temática foi ponto-chave do evento. “Poder ouvir uma apresentação de qualidade, feita por profissionais preparados, e ainda discutir riscos, impactos e oportunidades com pessoas que entendem do tema, foi um grande diferencial”, finalizou. Por fim, A gerente regional da Amcham em Uberlândia, Larissa Cruvinel, fala sobre próximos passos da instituição em relação ao tema. “Nós apoiaremos um manifesto por um sistema tributário mais eficiente e justo. Acreditamos que a reforma deveria ser o  mais ampla possível. Defenderemos que não haja aumento de carga tributária. Que haja equidade sobre os diferentes setores econômicos”, finaliza.