Empresários receberão da CDL, cartazes afixados gratuitamente na fachada de seus estabelecimentos, como forma de protesto pelo fechamento das atividades econômicas.
Quem circula pela cidade de Uberlândia pode observar o volume de estabelecimentos fechados com placas de aluga-se. Sonhos construídos há anos estão sendo diluídos e, ao invés de vitrines decoradas, portas em ‘silêncio’, sobrando impostos a pagar, acertos a fazer e muitos desempregados.
Há um ano num ioiô de abre e fecha, sem uma perspectiva de retorno das atividades comerciais ou previsão da vacinação em massa, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Uberlândia faz um chamado aos empresários para que participem do manifesto “Reabrir Já!”, como forma de protesto pelo fechamento das atividades econômicas.
Os comerciantes que aderirem ao movimento, receberão gratuitamente uma faixa da campanha já afixada na fachada do estabelecimento.
De acordo com o presidente da CDL Uberlândia, Cicero Heraldo Novaes, o objetivo da campanha é gerar grande mobilização para a reabertura das atividades de comércio e serviços. “A campanha vem em formato de manifesto contra as restrições contínuas à abertura do comércio e serviços na cidade. As autoridades têm desprezado nosso clamor. Dissociar economia de saúde provoca uma crise ainda maior. As empresas são parte da solução e não do problema”, diz.
A CDL entende que as atividades econômicas estão sendo punidas pelo aumento do contágio sem nenhum tipo de comprovação. “Infelizmente, a falta de diálogo do poder público com as entidades representativas da economia e as ações desordenadas no combate às aglomerações têm provocado uma ineficiência enorme na contenção à doença e um prejuízo irrecuperável às micro e pequenas empresas, motivo pelo qual a CDL inicia este movimento urgente para a reabertura das empresas, dentro das normas de saúde e higiene”, informa Cicero.
Triste realidade
São inúmeros os exemplos de empresas que fecharam e outras que estão se equilibrando na corda bamba para não fechar. Há 30 anos no mercado, o D’Paula Restaurante é um exemplo de resiliência. O proprietário Fernando Gonçalves de Paula conta que o modo como os comerciantes têm sido tratados tem os deixado desanimados. “Hoje, vivemos um dia de cada vez. Está muito difícil para sobreviver como comerciante. Se antes da pandemia vendíamos 650 refeições por dia, atualmente vendemos 10%. Tivemos que tomar medidas duras para não fecharmos as portas, mas no último dia 23 de março, infelizmente, desligamos 16 colaboradores e ficamos apenas com quatro. A situação é muito difícil, os impostos chegando (IPTU, ISS, PREMEND), pois esses não param. E se continuar com o aluguel, energia, água altos está muito complicado. Não sei mais o que fazer para nos manter no mercado”, desabafa.
Quem também tem passado apurada é a proprietária da loja Só Tênis Efetivo, Simone Silva Reis. Ela tem duas lojas e antes da pandemia tinha 12 colaboradores em cada loja, hoje apenas dois. “Meu faturamento despencou, as vendas online não dão lucro, não chega a 10% do faturamento de antes da pandemia. Vou participar da campanha da CDL. Não podemos ficar de braços cruzados. Precisamos sobreviver. A pandemia exige mais planejamento com o abre e fecha do comércio”, ressalta.