De acordo com um monitoramento feito pela Associação Nacional do Transporte e Logística (NTC&Logística), a demanda por serviços do transporte rodoviário de cargas chegou a atingir um pico 45,2% de recuo, em 2020.
Apesar de um ano desafiador com números alarmantes, os profissionais do setor ainda se mantêm positivos para o próximo ano. De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Triângulo Mineiro (Settrim), Cleiton César da Silva, os maiores contratempos foram os relacionados ao confinamento que a Covid-19 proporcionou.
“Foi um ano completamente atípico, tivemos que nos adaptar às mudanças impostas pela doença, mas, ao mesmo tempo, fomos obrigados a aprender a contornar dificuldades até então desconhecidas por todos nós. O transporte de cargas, mais uma vez, disse presente e mostrou-se competente, evitando o desabastecimento das cidades. Os outros desafios, naturais em um país como o nosso, foram relacionados à política e à economia. Mas, aos trancos e barrancos, demos a volta por cima”, afirma o presidente.
Para o presidente da transportadora Global Transportes, Comércio e Representações Ltda, Abud Cecílio, o foco agora é acompanhar as mudanças e seguir firme. “A economia parece dar sinais de retomada, e, para o transporte de cargas, qualquer crescimento do PIB interfere positivamente no setor porque teremos mais caminhões nas estradas, levando e trazendo mercadorias”, afirma Abud.
Ainda sobre os desafios que a Covid-19 criou para os empresários, as maiores sequelas deixadas por 2020 foram as relacionadas ao encolhimento das atividades provocado pela pandemia. Para eles, o fechamento de indústrias e a paralisação de atividades empresariais, em quase todos os setores produtivos, contribuiu para um ano ruim para o setor.
Para Otávio Valente, diretor da Transportadora Lima Valente, um dos efeitos foi a alta do dólar, que ainda deixa feridas nos investimentos: “Aconteceram altas absurdas em peças e demais insumos do transporte, o que não é repassado pelos tomadores de serviços, inviabilizando muitas ações de empresas” reclama o empresário.
Sobre as expetativas para o futuro, o presidente do Settrim acredita que, para o período que se inicia, o principal é não baixar a guarda, uma vez que o ano passado já deixou claro que nunca se pode descuidar.
“O ano de 2020 nos ensinou muita coisa. Foram lições que nos abriram os olhos e nos fortaleceram para as próximas demandas de 2021. Estamos confiantes mais que nunca, ainda mais num momento em que as bases sindicais do transporte de cargas mineiro, incluindo o SETTRIM, sentem-se fortalecidas por decisões colegiadas tomadas pela FETCEMG, incluindo mais autonomia aos sindicatos patronais da área. E, particularmente por aqui, temos um novo estatuto em gestação que promete mudar para melhor o nosso cenário de trabalho e a atuação em favor do setor. Tenhamos fé porque tudo vai dar certo”, finaliza Cleiton César da Silva, presidente do Settrim.