Doutora Valeska Rodrigues é docente da UNIFRAN e explica quais são os principais danos e incômodos que os barulhos explosivos podem causar nos animais domésticos
Festas de Fim de Ano se aproximando e tutores de animais de estimação sempre sofrem com a mesma preocupação, os fogos de artificio. Esses barulhos são tão prejudiciais aos pets que em maio de 2019, São Paulo sancionou a lei que proíbe a fabricação, a comercialização, o manuseio, a utilização, a queima e a soltura de fogos de estampidos e de artifícios na cidade.
Por que é tão prejudicial aos cães e gatos? Segundo a professora Dr.ª Valeska Rodrigues, docente no curso de graduação em Medicina Veterinária da Universidade de Franca – UNIFRAN, os animais domésticos são capazes de ouvir quatro vezes mais que o homem. Diante disso, eles são mais sensíveis ao barulho e em excesso pode causar diversos desconfortos aos animais.
“Os fogos de artifício podem causar alterações comportamentais e físicas em cães e gatos, com mudança de comportamento que pode levar até a óbito. Quando constantes, esse tipo de ruído sonoro poderá gerar alterações de comportamento crônico, como lambedura em diferentes partes do corpo, defecar ou urinar em locais diferentes do costume, até mesmo aborto em fêmeas gestantes”, destaca a médica veterinária.
Valeska ainda destaca que para minimizar os danos e incômodos, é importante que o pet fique em um ambiente tranquilo, acompanhado por alguém de confiança e longe de objetos perigosos ou janelas abertas, o que diminui ou abafa o som exterior e evita possíveis fugas e acidentes.
“Animais desacompanhados em final de ano ou finais de campeonatos, sofrem muito com os ruídos e alguns deles precisam de medicamentos para minimizar o estresse e a ansiedade desencadeados pelos sons explosivos, porém é muito importante que o tutor procure o médico veterinário que poderá receitar de forma segura para cada pet”, explica.
Outra questão apontada pela especialista, é o método de colocar pedacinhos de algodão nos ouvidos do animal, deixar o som ligado ou TV para ajudar a amenizar o barulho dos fogos e agir normalmente durante a queima de fogos para não reforçar a sensação de que algo estranho está acontecendo.
Por fim, a professora destaca que é muito importante manter a rotina, principalmente a alimentar, evitando os horários próximos à queima de fogos, para diminuir o risco de vômitos.
“Além de medicamentos para minimizar efeitos do incômodo gerado pelos fogos de artifício, não se deve parar tratamentos prescritos anteriormente sem a orientação do médico veterinário, e sempre buscar ajuda do profissional caso tenha alguma dúvida. Ainda, a alimentação do animal não pode ser feita tão próxima ao acontecimento, haja vista que o organismo do animal pode sofrer alterações, e isso pode ser prejudicial”, argumenta.