SIMAP oferece minicurso voltado a estudantes e profissionais da saúde
O mês de agosto ganha cor e propósito com o movimento internacional Agosto Dourado, que simboliza a luta pelo incentivo ao aleitamento materno. A cor dourada representa o “padrão ouro” de qualidade do leite materno e reforça a necessidade de ações educativas e políticas públicas que promovam, protejam e apoiem a amamentação.
A qualificação de profissionais para lidar com os desafios da amamentação é uma medida estratégica de saúde pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida poderia evitar mais de 820 mil mortes de crianças menores de cinco anos, anualmente. No Brasil, estudos do Ministério da Saúde mostram que, apesar de avanços, ainda persistem desafios relacionados à orientação técnica e ao combate de mitos prejudiciais à prática do aleitamento.
Para atender a essa demanda, o I Simpósio Multiprofissional na Atenção Primária (SIMAP), organizado pela equipe multiprofissional da Missão Sal da Terra (MSDT), promoverá, no dia 15 de outubro, o Minicurso Manejo Clínico e prático da amamentação, voltado a estudantes e profissionais da saúde. O evento tem como foco qualificar o atendimento materno-infantil, por meio da prática baseada em evidências e da desconstrução de mitos ainda persistentes no cuidado à lactante.
A capacitação ocorre em um contexto de mobilização nacional. O Banco de Leite Humano (BLH) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), um dos principais centros de apoio à amamentação na região, reforça a importância do leite materno como alimento padrão ouro. “Nosso objetivo com o Agosto Dourado é sensibilizar a sociedade sobre a importância de promover, proteger e apoiar a amamentação, que impacta diretamente na redução da mortalidade infantil”, destaca Marília Neves Santos, coordenadora do BLH e consultora internacional em amamentação.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida poderia evitar 13% das mortes de crianças menores de cinco anos em países em desenvolvimento. Além disso, a amamentação reduz o risco de infecções, melhora o desenvolvimento neurológico, fortalece o vínculo mãe-bebê e diminui o tempo de internação de recém-nascidos, especialmente prematuros.
Conteúdo atualizado e abordagem prática com foco em raciocínio clínico
O minicurso foi estruturado com uma abordagem intensiva, aliando teoria e prática. “Queremos promover a construção de um raciocínio clínico no que se refere sobre o manejo da amamentação. Os participantes irão trabalhar com bonecos, mamas didáticas e vídeos explicativos, além de vivenciarem exercícios práticos para fixar os conteúdos”, explica Danielle Lamounier, gerente de Nutrição da Atenção Primária da Missão Sal da Terra e responsável pela capacitação.
Entre os temas abordados estão a fisiologia da lactação, o manejo da apojadura, a identificação e correção da pega, métodos seguros de complementação e a influência dos bicos artificiais. “O curso capacita o profissional para reconhecer sinais de dificuldades, oferecer orientações assertivas e trabalhar de forma interdisciplinar com pediatras, obstetras, fonoaudiólogos e cirurgiões dentistas”, acrescenta Danielle.
Um dos diferenciais do conteúdo é a atualização de práticas clínicas. “Ainda existem orientações desatualizadas entre profissionais de saúde. Vamos trabalhar a desmistificação de frases como ‘meu leite é fraco’, ‘é normal sentir dor para amamentar’ ou ‘tem que dar os dois seios em toda mamada’. Essas ideias interferem negativamente na experiência das mães, podem interferir na duração do aleitamento materno e precisam ser substituídas por informações baseadas em evidências”, reforça a nutricionista.
Profissionais capacitados, bebês mais saudáveis
Marília Neves destaca que o trabalho em rede é essencial. “As principais dificuldades relatadas pelas mães são dor, fissuras, perda de peso do bebê e sensação de pouco leite. Por isso, uma equipe bem treinada é capaz de acolher, orientar e intervir precocemente, evitando o desmame precoce. Capacitações como esta têm um impacto direto na qualidade do atendimento oferecido em UBSs, maternidades e hospitais”, afirma.
Além do aspecto técnico, o curso também estimula a empatia no cuidado. “Amamentar é um ato fisiológico, mas também emocional e social. Precisamos de profissionais que entendam essa complexidade e atuem com escuta ativa, sensibilidade e conhecimento técnico, para apoiar cada família em sua jornada”, finaliza Marília.
Serviço
Minicurso: Manejo Clínico e Prático da Amamentação
Data: 15 de outubro de 2025
Horário: 8h às 12h
Local: UFU Umuarama
Público-alvo: Estudantes e profissionais da saúde
Inscrições: https://www.even3.com.br/1-
Informações: comunicacao@missaosaldaterra.