Doença atinge mais de 20% da população brasileira e cirurgia bariátrica pode ser opção para tratamento.
O Dia Internacional da Obesidade, 4 de março, é uma data para conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do tratamento desta doença crônica. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é um dos principais desafios globais de saúde pública. Em 2025, estima-se que 2,3 bilhões de adultos em todo o mundo estarão acima do peso, sendo 700 milhões com obesidade, o que representa um índice de massa corporal (IMC) acima de 30.
No Brasil, a obesidade aumentou 72% em treze anos, saindo de 11,8%, em 2006, para 20,3%, em 2019. Os dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) mostram que a frequência de obesidade é semelhante em ambos os sexos e diminui com o aumento da escolaridade entre as mulheres. Em todo o país, a frequência de excesso de peso é de 55,4%, sendo ligeiramente maior entre homens (57,1%) do que entre mulheres (53,9%).
O cirurgião do aparelho digestivo, Luís Augusto Mattar, do Hospital Mater Dei Santa Genoveva, fala sobre os riscos da obesidade e a eficácia da cirurgia bariátrica. “A obesidade é um problema de saúde pública cada vez mais comum, que traz consigo uma série de complicações que podem levar a doenças graves, como câncer, hipertensão, aumento do risco cardiovascular, com infarto e AVC, diabetes e doenças decorrentes, como a retinopatia e a nefropatia diabética, apneia do sono e, até mesmo, doenças ortopédicas”. Diante disso, a cirurgia bariátrica surge como uma opção para pacientes que têm dificuldade em controlar o peso com tratamentos clínicos convencionais.
O médico explica que a cirurgia bariátrica pode aumentar a expectativa de vida e melhorar a qualidade de vida, tanto física quanto psicológica, do paciente, além de prevenir doenças que poderiam se desenvolver no futuro. Ou seja, quanto mais tempo o paciente for obeso, mais doenças ele tem chance de desenvolver. “Um exemplo são as doenças ortopédicas, como a necessidade de prótese no quadril ou joelho. Outra questão é que, após passar pelo procedimento, o paciente, que estava com hipertensão ou diabetes, pode até mesmo ser curado dessas doenças”, explica Luís Mattar.
O cirurgião faz a ressalva de que a magreza não deve ser considerada o único padrão de beleza, o que traz, como reação, movimentos importantes de combate à gordofobia. Mas não pode também haver uma apologia à obesidade. “Sabemos que essa condição eleva os riscos de desenvolver doenças, mesmo que isso funcione de maneiras diferentes em cada organismo. Existem pacientes com obesidade grau 1 mais adoecidos do que outros com grau 3, mas, em geral, todos precisam de um cuidado maior com a saúde”, lembra o médico.
O especialista ainda esclarece que existem diferentes técnicas de cirurgias bariátricas disponíveis: “Há um longo histórico de desenvolvimento, iniciado desde a década de 60 do século passado. Hoje, são basicamente duas. O bypass gástrico, que é a mais consagrada, e a gastrectomia vertical ou sleeve. Ambas correspondem a 90% das cirurgias bariátricas realizadas no mundo e são feitas via laparoscopia (pequenos furinhos), evitando cortes desnecessários”, informa Luís. Existem também técnicas bariátricas não cirúrgicas, feitas por via endoscópica, como a gastroplastia ou o balão intragástrico.
Sobre os riscos e complicações associados à cirurgia bariátrica, Luis Augusto Mattar afirma que quando realizada por profissionais experientes, o procedimento é extremamente seguro. No entanto, existem complicações que podem ocorrer, como fístulas, sangramentos e embolia pulmonar, mas que correspondem a apenas 0,6% das situações. O especialista ressalta que a videolaparoscopia e a excelência da equipe são os fatores que mais contribuem para o sucesso da cirurgia.
Para ser um bom candidato à cirurgia bariátrica, é preciso ser avaliado pelo grau de obesidade. Em geral, pessoas com IMC acima de 35, com doenças associadas, ou obesidade mórbida (IMC acima de 40) são aptos. Luís Augusto Mattar também alerta que a cirurgia não deve ser vista como uma solução fácil para o problema da obesidade, e que é importante seguir um acompanhamento nutricional e psicológico, após o procedimento. “Com a cirurgia bariátrica, é possível controlar e reduzir o peso de forma significativa, melhorar a qualidade de vida e prevenir doenças graves associadas à obesidade. Porém, é importante ressaltar que cada caso deve ser avaliado individualmente por um profissional da área da saúde”, diz o cirurgião.
Sobre o Mater Dei Santa Genoveva
Com mais de quatro décadas de história, o Santa Genoveva Complexo Hospitalar segue investindo em inovação para responder às demandas das novas gerações, promovendo a saúde, em amplo sentido, e mantendo a tradição de pioneirismo preservada desde a fundação, em 1975.
O hospital, que sempre se destacou como pioneiro, conta com um corpo clínico que trabalha com excelência em todas as áreas da medicina e com uma preocupação ímpar com o bem-estar do paciente.
Em caso de urgências e emergências, ligue (34) 3277-9090 ou (34) 3277-9092.