O diagnóstico da neoplasia em um estágio inicial reduz a mortalidade pela doença
O câncer de próstata é o segundo tipo de tumor mais comum em homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A doença também ocupa a segunda posição na taxa de mortalidade de câncer na população masculina, atrás apenas do câncer de pulmão.
Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde revelam que, de 2019 a 2021, foram mais de 47 mil óbitos em razão da neoplasia. Somente no ano passado, 16.055 homens morreram em consequência da doença, o que corresponde a cerca de 44 óbitos por dia. Para este ano, a estimativa do INCA, é que sejam diagnosticados cerca de 66 mil novos casos da doença no país.
Diante de índices tão altos, no mês de novembro a campanha Novembro Azul dá destaque às formas de superar este tipo de tumor. Com isso, o Dr. Glauco Silveira, especialista da Oncoclínicas Uberlândia esclarece sobre os aspectos da doença.
O alerta em relação à neoplasia deve ser ainda maior para os homens que já passaram dos 50 anos, pois a idade é um dos principais fatores de risco da doença. Aqueles que já estão nessa faixa etária, mesmo que não apresentem nenhum sintoma, devem procurar um profissional especializado para uma avaliação individualizada e realizar os exames periódicos que visam o diagnóstico precoce da doença, sendo eles o PSA (Antígeno Prostático Específico) e o exame de toque retal. E a visita ao especialista também deve ser aproveitada para que o homem receba a orientação em relação à frequência que os exames deverão ser repetidos, algo que será indicado pelo profissional mediante a avaliação dos resultados obtidos.
Além da idade, há outras circunstâncias que aumentam as chances de desenvolver o câncer de próstata, como explica o Dr. Glauco Silveira. “O câncer de próstata é raro em homens abaixo dos 40 anos, mas o risco de desenvolver a doença cresce a partir dos 50 anos. E além da idade, outros fatores também influenciam, como o histórico familiar, os hábitos de vida, o consumo de álcool e cigarro, a obesidade, o sedentarismo e a etnia, pois homens negros tem um risco aumentado de desenvolver o tumor”, comenta o especialista. Diante disso, no caso daqueles que têm histórico familiar, ou seja, parentes de primeiro grau que já tiveram câncer de próstata, ou são da etnia negra, a indicação é procurar orientação médica ainda mais cedo, a partir dos 45 anos, para já considerar a realização dos exames de PSA e toque retal.
O PSA (Antígeno Prostático Específico), é uma proteína produzida pelo tecido prostático, com algumas características de marcador de tumor, sendo utilizado para diagnóstico, monitorização e controle da evolução do câncer da próstata. Por exemplo, se o homem possuir tecido prostático, tanto benigno como maligno, ele será detectado no exame de sangue que mostra a taxa de PSA do paciente. “O nível do PSA no sangue tem que ser considerado em função de vários fatores como o tamanho da próstata, idade e presença de nódulos ou inflamação na glândula. Para complementar a identificação, há também o exame de toque retal que irá avaliar o tamanho, o volume, a textura e a forma da próstata”, explica Dr. Glauco.
Os dois exames são feitos com acompanhamento do urologista. “Esses exames ajudam nós profissionais a levantar suspeitas para depois realizar as biópsias. E a realização do rastreamento ajuda a diagnosticar muitos tumores de próstata precocemente, o que contribui para que estes homens com mais chances de desenvolver a doença possam começar um tratamento antecipado e alcançar mais possibilidade de cura, ou mudar hábitos alimentares e estilos de vida para que o tumor não chegue a se desenvolver”, conclui o oncologista.