Espetáculo Unboxing Opera homenageia Asta-Rose Alcaide, a grande dama da ópera de Brasília

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Os tenores Alexandre Innecco e Cassiano Barbosa e o pianista Deyvison Miranda apresentam árias de óperas e canções líricas em concerto gratuito nesta sexta (21), às 20h 

Os tenores Alexandre Innecco e Cassiano Barbosa e o pianista Deyvison Miranda apresentam nesta sexta-feira (21), às 20h, o recital Unboxing Opera: um tributo a Asta-Rose Alcaide em homenagem à grande dama da ópera de Brasília por ocasião do seu centenário de nascimento (1922-2022) e também do Dia Mundial da Ópera, celebrado em 25 de outubro. O espetáculo  será apresentado nesta sexta-feira (21), às 20h, no CTJ Hall, na Casa Thomas Jefferson (em Brasília) e com  transmissão ao vivo pelo YouTube da Casa Thomas Jefferson, que conta com o apoio da Embaixada dos EUA na realização de seus eventos culturais.

No repertório, árias de óperas, canções líricas e aberturas e intermezzos, todo o programa permeado por comentários divertidos e descontraídos que proporcionam a leveza do espetáculo e acrescentam a informação necessária para o melhor entendimento das obras e do bel canto.

Ópera significa obra em italiano, um gênero artístico teatral que combina música instrumental e canto, com presença ou não de diálogo. Os cantores são acompanhados por um grupo musical que, em algumas produções, pode ser uma orquestra sinfônica, utilizando os elementos típicos do teatro, tais como cenografia, vestuários e atuação. No entanto, a letra da ópera (conhecida como libreto) é normalmente cantada em lugar de ser falada.

O Dia Mundial da Ópera evoca a aproximação do público contemporâneo com esse estilo musical para explicar o conteúdo e os fundamentos das obras operísticas e compartilhar as fortes emoções provocadas e a descoberta dessa arte, desconstruindo e ressignificando a rigidez do estilo e rompendo os limites desta forma de arte. Unboxing Opera: um tributo a Asta-Rose proporciona ao público a oportunidade de descobrir ou ampliar seus conhecimentos sobre facetas da ópera para se surpreender e ser tocado por esta forma de arte.

Sobre a homenageada
Asta-Rose Alcaide nasceu em Joinville (SC) em 20 de maio de 1922 e faleceu em Brasília em 2016. Ela iniciou os estudos do balé quando criança em sua cidade natal. Dizia ter mania de dança. Mudou-se para São Paulo, onde se dedicou integralmente e profissionalmente à dança e foi admitida no Teatro Municipal de São Paulo, tornando-se uma das primeiras bailarinas do estado de São Paulo.

Em 1941, casou-se com o tenor português Tomás Alcaide e foram morar na Argentina, mas durante a Segunda Guerra Mundial se mudaram para Lisboa, Portugal, onde Asta-Rose trabalhou na Embaixada dos Estados Unidos e Asta-Rose enriqueceu o seu conhecimento na área da música erudita. Na década de 1970, com a morte do marido, voltou para o Brasil e se fixou em Brasília. Quando indagada por que Brasília, dizia que aqui havia muito a ser feito.

Asta-Rose recebeu inúmeras homenagens e condecorações no Brasil e em Portugal, mas em sua modéstia dizia não achar necessárias todas as homenagens por não se considerar uma pessoa extraordinária.

Ela se considerava somente a pessoa que veio para Brasília no momento certo com o conhecimento certo. Enquanto teve saúde, trabalhou com ânimo, entusiasmo, dedicação, competência e resiliência.

Em Brasília, trabalhou na Seção Cultural da Embaixada dos EUA e passou a colaborar, voluntariamente, com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, na área da música erudita. Em 1977, fundou a Associação Ópera-Brasília e, ao longo dos anos, montou 18 espetáculos de ópera na capital federal.

Depois de se aposentar na Embaixada dos EUA, foi contratada pela Fundação Cultural do DF, onde exerceu, entre outras, a função de diretora da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro. Então, ao lado do maestro Sílvio Barbato e de Luisa Dornas, então diretora do órgão, começou a fazer o que mais gostava: a montagem e produção de espetáculos operísticos, dentre as quais Porgy and Bess, de George Gershwin, com a participação no coro das cantoras Cássia Eller, Zélia Duncan e Janette Dornellas, em início de carreira.

Aposentada, também, pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, Asta Rose, que recebeu várias e importantes condecorações por sua atuação na área da cultura, possuía o título de Cidadã Honorária de Brasília. Os vínculos de Asta-Rose Alcaide com a Casa Thomas Jefferson foram estreitos, pois ela integrou durante décadas, voluntariamente, o Conselho Cultural Thomas Jefferson, órgão que rege a Casa Thomas Jefferson.

As cinzas de Asta-Rose repousam ao lado das cinzas de seu amado esposo em um monumento erguido em praça pública em homenagem a Tomás Alcaide na cidade natal dele, Estremoz, em Portugal.

Sobre os músicos
Alexandre Innecco, tenor lírico brasiliense, residiu nos Estados Unidos por 15 anos, onde se graduou em Música pela Indiana University, Bloomington, com Mestrado em Regência pela Missouri University, Columbia. Trabalhou como maestro de orquestras e coros, cantor, professor, agitador cultural, diretor de temporada de concertos, mestre de capela e diretor de empresas criadoras/divulgadoras culturais. As competências vocais de Innecco abrangem do canto lírico ao popular, professor de história da música, ator, empresário nos EUA, tradutor na África, entre outras. Ele regressou a Brasília, onde fundou o Espaço Cultural Alexandre Innecco (ECAI). Durante a pandemia, se dedicou à criação de centenas de vídeos para o seu canal no YouTube. O ECAI reabriu com intensa programação.

Cassiano Barbosa, tenor, participou da fundação do Coral da UnB (81/91), da Serenata de Natal, do Coro Masculino de Brasília e do Coral Brasília. Estudou canto no Brasil e nos EUA (Cornell, Ithaca, NY e Missouri, Columbia). Versátil, participou de óperas, operetas, musicais e shows de diferentes estilos musicais. Membro da Academia de Letras e Música de Brasília (ALMUB), na cadeira cujo patrono é o compositor Cartola.

Deyvison Miranda, pianista brasiliense, se graduou em Piano pela Universidade de Brasília, onde também estudou regência com David Junker, Edson Carvalho e Emílio de César. Deyvison foi preparador do Coro Lírico de Brasília, do Coro dos Amigos da Orquestra da Regional de Ensino da Ceilândia e do Coro do Festival de Ópera de Brasília em suas quatro edições. Regente convidado do Coral da LBV, do Coro da IPI, do Madrigal de Brasília e do Técnico da Escola de Música de Brasília, Miranda esteve à frente de diversas montagens de óperas na Capital Federal, além de diversos trabalhos como pianista acompanhador e maestro preparador em montagens nacionais. Deyvison Miranda é membro da ALMUB, ocupando a cadeira que tem como patrono Carlos Alberto Pinto Fonseca. Atualmente, Deyvison cumpre intensa agenda como pianista colaborador na Escola de Música de Brasília e maestro titular do Coral CGU/Unacon, Coral da Câmara dos Deputados, Coral Brasília e Madrigal de Brasília.

 A Casa Thomas Jefferson e as Sextas Musicais
O centro binacional, entidade sem fins lucrativos, foi criado na capital federal para contribuir para o desenvolvimento dos habitantes por meio de experiências singulares em cultura e educação. Idealizada desde a inauguração da cidade por um grupo formado por brasileiros e norte-americanos, iniciou as suas atividades em 1963, modestamente, em salas comerciais na Quadra 510 da W3 Sul e segue fiel ao seu estatuto e compromisso com a sociedade.

As Sextas Musicais são um tradicional evento de Brasília. Desde 1987, a Casa Thomas Jefferson realiza esses concertos gratuitos e com classificação indicativa livre, mantendo-se fiel à missão de conectar e transformar vidas através de gerações por meio de experiências singulares. O projeto destaca-se no cenário de Brasília e do Brasil e pode ser considerado um patrimônio imaterial da capital por sua contribuição à sociedade, às instituições e à comunidade artística. A excelência em todas as áreas em que a Casa Thomas Jefferson adquiriu ao longo de seis décadas e que agora é expandida para outras cidades no Brasil deve ser considerada, com legitimidade, típica e oriunda de Brasília para o Brasil.

Prestigie!
Espetáculo Unboxing Opera: um tributo a Asta-Rose Alcaide
Quando: 21  de outubro de 2022
Horário: 20h
Local: com público presencial no CTJ Hall ( Casa Thomas Jefferson – SEP-Sul 706/906) e transmissão ao vivo no canal da Casa Thomas Jefferson no YouTube – https://www.youtube.com/user/ctjonline/videos
Classificação indicativa: Livre